A Minha Sanzala

no fim desta página

8 de agosto de 2023

do que fui ao que sou

Parei um pouco a ver o zulmarinho. O vento era mais forte que a suave brisa do meu agrado. Sentei-me na falésia, protegido numa gruta deste vento norte e deixei correr o tempo e ele foi com o vento.  Olhei para o meu passado, o trilho que fui deixando ao longo dos tempos. Uns ,quase já não são visíveis, não por causa do vento e pó, mas porque o tempo passou tanto sobre eles, que quase se tornaram imperceptíveis que até parece foi sonho sonhado numa noite qualquer de verão. Dou comigo a dize-me como se fosse em segredo, eu já fiz tanto que me parece tão pouco. Eu dei o meu mundo e em troca recebi uns cabelos ralos e esbranquiçados e um terror de não ter tempo. Será que eu me olhei tarde de mais? Eu vivi-me de forma gradual, ao sabor do tempo que o tempo passou.
O cheiro a maresia, o sabor salgado da beira-mar, o recanto desta gruta e todo esse passado trilhado na mente, faz-me querer viver sem medos, com alegria e sem segredos, livre na pertença e no pensamento, não tão veloz como este vento, nem tendo tanta certeza que me faça juiz de qualquer sentença.  Só viver como sempre fui neste sou.


Sanzalando

Sem comentários:

Enviar um comentário

Podcasts

recomeça o futuro sem esquecer o passado