Como é que eu posso saber o que já perdi na vida? Ela não me pertence, eu vivo-a e dum momento para outro ela se foi e com isso eu também. Aviso desde já que o farei contrariado e será sob protesto.
De verdade se ela fosse minha eu tinha um plano e o segui à risca. Nem o passado me pertence porque não o posso nem alterar ou dar uma cor nos pontos cinzentos apagados. O momento é meu mas daqui a pouco eu vou arrepender de ter feito ou não? Nem no presente eu controlo-a. Complicada a vida sem dono. Faz o que lhe apetece e depois eu faço a estória. Única coisa possível e bem que não seja verdade porque a minha impressão pode não coincidir com a do vizinho dela.
Ah! coisa e tal escolhes os amigos e inimigos. Nada. Aceito-os, eles caiem no acaso da vida. Família? Não escolhi, fui colhido.
Mas a palavra é tua. Sim, mas depois dela sair da boca ou da caneta ela não é mais de ninguém, paira no ar, livre, podendo ser ouvida ou apenas silenciada pelo tempo.
Sem dúvida que hoje estou cheio de dúvidas.
Sem comentários:
Enviar um comentário