Me levo do corpo para fora e me olho com olhos de juiz. Vejo e revejo de modo a encontrar defeito. Falta a lupa e quem sabe um contador de raios gama. Olho-me e cada vez me vejo melhor.
Faz conta estou a me melhorar em cada dia que passa, assim como quem vai avivando um amor, como se aviva um fogo. Há que fazer bater o coração numa ardência de sabor a primavera, coloridos de verão ou castanhos de outono. Não me posso entristecer com as cores cinza de inverno, sabendo que ele chegará e por mais cobertores que tenha terei frio. Mas até lá chegar há muito caminho a percorrer, muito salta para dar e muita gargalhada para gargalhar.
Quantas vezes refiz o gesto de tirar o cabelo dos olhos, quando ele mal me sai da área destinada? Gestos não me fazem voltar atrás, muitos fazem-me rir de felicidade de os ter feito na altura certa.
Me levo do corpo para me ver e vejo que tenho os olhos a sorrir, que lhes tenho em brilhante olhar.
Sanzalando
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