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28 de agosto de 2023

indo a pé por Alvor

Quando eu gosto eu volto. Quando gosto muito, eu fico. É mais ou menos assim a minha vida. Poucas variáveis num pensamento rápido. É por essas e por outras que eu por aí a caminhar. Há coisas que vou aprendendo, compreendendo e até ao espanto por vezes vou e tem outras que por mais que eu olhe e pense não chego nem perto da razoável compreensão. 
Hoje me apeteceu ir à vila a pé. Esqueci que é verão, esqueci que tem muita gente nos carros que rolam à velocidade inversamente proporcional à inteligência e civilidade do seu condutor, esqueci que faltam parques de estacionamento pelo que qualquer lugar serve para parar o carro, se calhar até por uns diasitos, independentemente de ser passeio raro na vila. Esqueci todas as questões que me diziam que o melhor era mesmo ficar em casa a ver a 109 repetição de um filme de verão na televisão. Fui andar a pé. 
Desde a Escola dos Montes ao início da Vila de Alvor para além de não haver passeio em nenhum dos lados não há uma passadeira para peões. Se por acaso tiver que atravessar a estrada dum lado para outro, pois bem, é melhor rezar quem for de rezas ou de fechar os olhos e arriscar, porque não as há. Depois há passeios e há passadeiras. Mas contornar a rotunda central de Alvor lã está outra obra do bom atletismo. para atravessar uma rua de duas faixas temos de fazer 229 metros, mais coisa menos coisa e mesmo assim não sei se conseguimos atravessar ou como no jogo da Glória, voltamos à casa de partida.
Mas, após transgredir porque já não me apetecia dar outra volta ao quarteirão, segui rumo à praia. Há uma passadeira deslocada 7 metros do local ideal e por onde toda a gente atravessa. Mas sei que há passadeira porque lá estão os postes amarelos e pretos, porque a zebra deve ter fugido do alcatrão. Continuando sem passeio, pela terra que embranquece a sola dos sapatos e empoeira as minhas calças de linho, vou dar com outros dois postes amarelos e pretos e cuja a zebra deve ter ido com a outra para lugares distantes deste Algarve. esta passadeira dá de lugar nenhum para lugar nenhum o que não deixa de ser estranho. Depois decido ir até à ria e não ao mar e lá está o dilema. Onde é que está a passadeira? Acho é que as zebras deitadas no alcatrão não gostam de Alvor. 
Pelo sim pelo não, vou apenas andar de carro porque sempre tenho mais protecção.


Sanzalando

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