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9 de agosto de 2023

viagem ao planalto 15

Hoje acho vamos todos jogar à bola no campo da Pousada de Turismo, mais ou menos a meio do caminho da Senhora do Monte indo pela estrada. Vos estou a contar que eu disse acho. É que essa minha família sabe que eu não tenho jeito para jogar à bola e por isso só jogo se não aparecerem todos. Também nestes anos todos já me habituei a estar sentado num meio, encostado ao muro e sentado numa pedra que até nem estranho. O Doquinha não vem porque esse é dee outros futebóis. O Ruinando esses não faltam e até que jogam bem mas treinar e disciplina de treino é coisa passageira neles. Os manos Gouveia têm dias. O Garito e o Calares até se safam. O leitão é bom na sarrafada. O padre é mais ou menos como eu, mas fala que não se cala que até parece um Eusébio. Na garganta é sim.
Vamos jogar contra outro bairro. Espero não saia porrada a meio, pois eu ainda não me habituei à altitude e por isso não consigo correr seguido mais que cem metros.
Este campo da Pousada é inclinado e o jogo é metade a subir e outra metade a descer. Bem que podiam jogar no campo da Académica que vejo sempre vazio e é um pelado bem tratado. Aqui na pousada tem peladas e capins pelo que a bola ressalta que até parece é finta de adversário. 
Como era de esperar fico sentado na pedra. Daqui a pouco eu sei eles vão dizer entra e logo depois eu saio, é só tempo de alguém descansar um coche. Não sei se me apetece ficar aqui sentado a olhar para eles a correr atrás da redondinha. Lá na cidade do deserto eu sempre podia ir ver o mar, aqui vou fazer mais o quê? Sozinho para a piscina não tem jeito e me aborrece e sair daqui é dar uma volta do tamanho do raio que me parta. Vou ficar a jogar ao galo mesmo sozinho. Se eu fosse adulto até que me sentava na esplanada da Pousada e bebia um Gin, mas criança sem chetas no bolso era logo corrido. Ser criança neste mundo tem dias que nem dá vontade. Mas também não quero ser adolescente feito parvo que nem eles que já antes de chegar estão a combinar com elas a ida à noite no cinema e eu nada.
Vou dizer à tia Eugénia que quero que ela volte a ter mercearia para eu ajudar a cortar o bacalhau na guilhotina ou encher as garrafas do azeite. O tio Artur sempre deixava. Agora loja de modas e fardos. Onde é que já se viu?!
Ainda falta tanto para ir para Pereira d'Eça. É que eles para aí não levam as namoradinhas e assim eu tenho companhia e coisas para irmos fazer.



Sanzalando

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