Caminho, passo desconcertado, ritmado nas ondas. Linha recta marcada, pelos buracos dos meus pés, no chão de areia molhada que uma ou outra onda mais rebelde se estendeu por mais adentro da areia, encortando o meu espaço em relação ao mundo real. Caminho de olhos abertos e pensamento fechado. Hoje é dia de ver, talvez por ser segunda-feira o pensamento ainda está no domingo dele, e nem que lhe berre ele hoje acorda. Servem os olhos que vão servindo bem.
Esta é a vista que se vê de qualquer lugar, dando uma volta de 360 graus em torno de mim. Não, não me cansa. Nem de andar, nem de ver. Nem de subir, nem de descer, nem de aproximar e nem de afastar os olhos. De tanto ver, de tanto zulmarinho, de tantas montanhas de água que até parece se vai derramar toda aqui na areia, de tanto ar puro, que até parece que nos falta. Falta mesmo é a coragem de partir numa marcha acelerada por esse zulmarinho dentro. Nó no peito, olhos cheios de avidez querendo absorver tudo, pernas cansadas mas fortalecidas num treino diário de percorrer esta beira-mar, sempre à espera do momento certo que um dia vai chegar assim num estalar de dedos. Força para continuar a andar e constatar de que há muito que se ver, há muita terra que andar, há muita gente para conhecer.
Caminhar à beira-mar, na borda deste final do zulmarinho é o tipo de lugar onde se tira a prova real de que o céu é azul e o mar lhe acompanha. Que a vida é cheia de cores bizarras e improváveis, que depois ou antes há sempre uma subida ou uma descida, depois de uma planície há um monte, um planalto, um vale, uma encruzilhada, uma linha recta. Nesta minha caminhada onde ouço as kiandas a me contar estórias, encontro-me e perco-me. Tudo aqui pode acontecer. Mesmo que nada, isso é um nada acontecido porque foi vivido.
Brigado Árthemis pela divinal composição gráfica
Esta é a vista que se vê de qualquer lugar, dando uma volta de 360 graus em torno de mim. Não, não me cansa. Nem de andar, nem de ver. Nem de subir, nem de descer, nem de aproximar e nem de afastar os olhos. De tanto ver, de tanto zulmarinho, de tantas montanhas de água que até parece se vai derramar toda aqui na areia, de tanto ar puro, que até parece que nos falta. Falta mesmo é a coragem de partir numa marcha acelerada por esse zulmarinho dentro. Nó no peito, olhos cheios de avidez querendo absorver tudo, pernas cansadas mas fortalecidas num treino diário de percorrer esta beira-mar, sempre à espera do momento certo que um dia vai chegar assim num estalar de dedos. Força para continuar a andar e constatar de que há muito que se ver, há muita terra que andar, há muita gente para conhecer.
Caminhar à beira-mar, na borda deste final do zulmarinho é o tipo de lugar onde se tira a prova real de que o céu é azul e o mar lhe acompanha. Que a vida é cheia de cores bizarras e improváveis, que depois ou antes há sempre uma subida ou uma descida, depois de uma planície há um monte, um planalto, um vale, uma encruzilhada, uma linha recta. Nesta minha caminhada onde ouço as kiandas a me contar estórias, encontro-me e perco-me. Tudo aqui pode acontecer. Mesmo que nada, isso é um nada acontecido porque foi vivido.
Brigado Árthemis pela divinal composição gráfica
Sanzalando Angola
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