Cá vou eu na minha caminhada, contando-me estórias ao ritmo das ondas do zulmarinho. Velocidade vertiginosa de um mar calmo, fazendo a ligação perfeita com o início dele mesmo. Trazendo-me o perfume da terra, o calor das suas gentes, as mucandas das kiandas. Neste vai e vem, marcado pelos meus pés nesta areia de muitas cores, as semanas passam como o bater das asas de um beija-flor; questão de cagagésimos de segundo.
Enquanto a vida passa nessa louca vertigem de tempo, eu passo os dias a acordar nas madrugadas do dia; me ducho para espantar a única coisa que me consegue derrubar. O sono! Luto com meu guarda-roupas na possibilidade de um dia acertar e parecer um bem vestido, faço as demais actividades da manhã, comuns a qualquer ser humano, e sigo meu caminho. Ingrata rota da rotina, que me leva sempre ao mar sem caravela nem nau.
Passo pelas pontes que cortam os rios da minha rota, chego ao meu lado mais antigo, ao sonho e à imaginação, a minha arte suprema da capacidade de ser feliz. Deparo-me todos os dias com aquelas lindas ondas milenárias num seu ritmo incerto, batida arrítmica de uma kizomba que ninguém escreveu e faço um enorme esforço para que se tornem comuns aos meus olhos, mas cada uma tem a sua impressão digital, o seu quê de quem é diferente da anterior e outras tantas que se lhe antecederam. Passeio a vista em busca de uma novidade naquelas areias que viram o tempo passar. Velha nostalgia daquilo que não vivi.
Tenho os meus amigos. Hoje, diferentes daqueles moleques que costumavam correr e jogar à bola pelas ruas da cidade, jogar aos coubois, à macaca e ao garrafão. Hoje eles têm barba, falam de trabalho e de coisas de crescidos. Uns contabilizam as suas recentes conquistas quais galãs de cinema americano, outros fantasiam o desejo de serem pais a tempo inteiro quando o tempo já passou. Outros falam da vida que deviam ter vivido e que por causa de uma vírgula da vida não a conseguiram. Outros falam por falarem, de coisas nenhumas mas que nos prendem o ouvido. São os meus amigos. Eu observo-os! Eu vivo-os!
Enquanto o meu pensamento navega por mares tempesnáuticos, os olhos observam as batidas arrítmica das ondas se espraiando na areia, como que parecendo imitar o do meu coração quando se propõe mergulhar neste zulmarinho e atravessar todo o oceano assim como todo o tempo do mundo.
O amor atravessa o tempo.
A amizade é intemporal.
A beleza, imortal...
Que será de nós então?
Sabe-se lá.
Enquanto a vida passa nessa louca vertigem de tempo, eu passo os dias a acordar nas madrugadas do dia; me ducho para espantar a única coisa que me consegue derrubar. O sono! Luto com meu guarda-roupas na possibilidade de um dia acertar e parecer um bem vestido, faço as demais actividades da manhã, comuns a qualquer ser humano, e sigo meu caminho. Ingrata rota da rotina, que me leva sempre ao mar sem caravela nem nau.
Passo pelas pontes que cortam os rios da minha rota, chego ao meu lado mais antigo, ao sonho e à imaginação, a minha arte suprema da capacidade de ser feliz. Deparo-me todos os dias com aquelas lindas ondas milenárias num seu ritmo incerto, batida arrítmica de uma kizomba que ninguém escreveu e faço um enorme esforço para que se tornem comuns aos meus olhos, mas cada uma tem a sua impressão digital, o seu quê de quem é diferente da anterior e outras tantas que se lhe antecederam. Passeio a vista em busca de uma novidade naquelas areias que viram o tempo passar. Velha nostalgia daquilo que não vivi.
Tenho os meus amigos. Hoje, diferentes daqueles moleques que costumavam correr e jogar à bola pelas ruas da cidade, jogar aos coubois, à macaca e ao garrafão. Hoje eles têm barba, falam de trabalho e de coisas de crescidos. Uns contabilizam as suas recentes conquistas quais galãs de cinema americano, outros fantasiam o desejo de serem pais a tempo inteiro quando o tempo já passou. Outros falam da vida que deviam ter vivido e que por causa de uma vírgula da vida não a conseguiram. Outros falam por falarem, de coisas nenhumas mas que nos prendem o ouvido. São os meus amigos. Eu observo-os! Eu vivo-os!
Enquanto o meu pensamento navega por mares tempesnáuticos, os olhos observam as batidas arrítmica das ondas se espraiando na areia, como que parecendo imitar o do meu coração quando se propõe mergulhar neste zulmarinho e atravessar todo o oceano assim como todo o tempo do mundo.
O amor atravessa o tempo.
A amizade é intemporal.
A beleza, imortal...
Que será de nós então?
Sabe-se lá.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca e Amigos
Nesta crónica do "Sabe-se lá", que se identifica comigo tambem, com boa música a acompanhar é caso para dizer partabens. Gostei.
ResponderEliminarWalter