Continua a minha caminhada na borda deste zulmarinho que termina aqui mas tem o início dele lá, do outro lado da linha recta que é curva e, se eu me ponho em bicos de pé parece ela fica mais longe, portanto mais perto do seu início. Dou pulinhos como que imitando quem faz ginástica para ver se vejo ainda mais além. Ainda não consegui daqui ver o início dele, mas me cheira que é mesmo ali, depois dela.
Mas a verdade é que o cheiro só cheira depois de ser cheirado.
À esquerda tenho o zulmarinho no seu ar azulado de sombras e soles que é um enorme campo de pensamento, de mistérios e de sonhos. À direita tenho o mundo e todas as coisas que esse mundo tem. O arco íris dos dias, somatórios de vidas, sonhos, pesadelos, tormentas, bonanças. Aqui, terra de ninguém, fronteira do sonho e da magia, terra do Tempo e da capacidade de viajar nele. Aqui me encontro comigo na paz de estar isolado dos pobres de espírito que cada dia mais mostram que não são capazes de estar sem mim, lhes ilumino os escuros dias por onde vivem as suas almas, que se fossem gémeas, já se tinham morto de dor no cotovelo. São os meus dependentes, precisam da minha ajuda, do meu carinho e quem sabe de que eu lhes indique o caminho, como é costume de se dizer, o norte. Mas eu não consigo ficar-lhes indiferente. Tenho dó deles, coitados.
A brisa que me trás a maresia, perfume das entranhas do zulmarinho, resquícios dos ares que vêm desde lá da linha recta que é curva, que me trás a força de ouvir e contar as estórias, que me trás a capacidade de sonhar, me trouxe um papel que se me colou que nem na canela e por mais que eu tentasse que ele seguisse o seu caminho, desconsegui. Só depois de o ler ele seguiu o seu caminho, se calhar até se colar numa outra perna. Ele dizia tão pouco que ao mesmo tempo era tanto: "Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te".Apocalipse 3, 15-16
Já que parei para ler, aproveito e me sento de costas para o mundo, de frente para o sonho.
Trocar o certo pelo duvidoso? Mas e quem me garante que este certo é realmente certo? Quem garante que amanhã o pássaro não encontra alguém disposto a lhe abrir a gaiola e o deixa voar até ao sonho dele. E aí eu fico sem o certo e sem o duvidoso. Afinal, as certezas que temos na vida são tão poucas.
Olha só que me deu para continuar os sonhos de ontem. Vais ver foi esse pedaço de papel que me deu novo caminho?!
Sigo o meu caminho. Sigo o meu sonho!
Mas a verdade é que o cheiro só cheira depois de ser cheirado.
À esquerda tenho o zulmarinho no seu ar azulado de sombras e soles que é um enorme campo de pensamento, de mistérios e de sonhos. À direita tenho o mundo e todas as coisas que esse mundo tem. O arco íris dos dias, somatórios de vidas, sonhos, pesadelos, tormentas, bonanças. Aqui, terra de ninguém, fronteira do sonho e da magia, terra do Tempo e da capacidade de viajar nele. Aqui me encontro comigo na paz de estar isolado dos pobres de espírito que cada dia mais mostram que não são capazes de estar sem mim, lhes ilumino os escuros dias por onde vivem as suas almas, que se fossem gémeas, já se tinham morto de dor no cotovelo. São os meus dependentes, precisam da minha ajuda, do meu carinho e quem sabe de que eu lhes indique o caminho, como é costume de se dizer, o norte. Mas eu não consigo ficar-lhes indiferente. Tenho dó deles, coitados.
A brisa que me trás a maresia, perfume das entranhas do zulmarinho, resquícios dos ares que vêm desde lá da linha recta que é curva, que me trás a força de ouvir e contar as estórias, que me trás a capacidade de sonhar, me trouxe um papel que se me colou que nem na canela e por mais que eu tentasse que ele seguisse o seu caminho, desconsegui. Só depois de o ler ele seguiu o seu caminho, se calhar até se colar numa outra perna. Ele dizia tão pouco que ao mesmo tempo era tanto: "Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te".Apocalipse 3, 15-16
Já que parei para ler, aproveito e me sento de costas para o mundo, de frente para o sonho.
Trocar o certo pelo duvidoso? Mas e quem me garante que este certo é realmente certo? Quem garante que amanhã o pássaro não encontra alguém disposto a lhe abrir a gaiola e o deixa voar até ao sonho dele. E aí eu fico sem o certo e sem o duvidoso. Afinal, as certezas que temos na vida são tão poucas.
Olha só que me deu para continuar os sonhos de ontem. Vais ver foi esse pedaço de papel que me deu novo caminho?!
Sigo o meu caminho. Sigo o meu sonho!
Sanzalando Angola
Saudações, passei e deixei-me ficar um pouco a desdenhar o sonho. Os sonhos são capazes e possiveis quando esse sentimento transmutado de "vontade inabalável",
ResponderEliminarEsse sonho é possivel, esse sonho realizar-se-á.
Abraços
Hoje fiz mais uma curva do zulmarinho...
ResponderEliminarWalter