E deixo o sol queimar-me aqui neste ponto da minha varada. Imagino-me lá nos lados do zulmarinho. Por trás um amereloareia de deserto feito e na frente este zulmarinho de águas selvagens. Eu ali meditando-me. Perdidamente sem nada. Uma garrafa de água por companhia, pelo menos tenho. Imagino-me. Deitado ao sol, embalado pelo marulhar bravo e forte desta calema. Eu calmo. Sem uma borbulha o comichão a me azucrinar o pensamento ou a me insoniar as noites quentes que se aproximam.
Tirando todos os ruídos da cabeça, eu consigo sentir-me em silêncio. Eu consigo imaginar-me chuva, canções, quente e gelo. Eu tenho imaginação para isso. Afinal de contas ainda não sai da varada da minha casa.
Olha por ali, naquele dia eu não devia ter dito aquilo e o que fiz no outro foi bem feito.
Não me sinto um barco sem mar. Sou apenas um barco em doca seca. Eu consigo navegar pelas ondas da imaginação, pelo ondular da meditação. Eu consigo atracar em todos os portos, queira eu lá ir.
Acho mesmo não consigo falar latim nem sânscrito, alemão ou norueguês. O resto eu consigo tudo desde aqui da varada da minha casa. Acho até me cheira ao meu mar!
Sanzalando
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