Chegados ao outono sorrimos e dizemos que sobrevivemos. O receio agora é chegar ao inverno, aos dias frios que corroem as veias, pouco ou nenhum espaço deixam para a realidade mental, já que o corpo gasta o seu tempo a tentar aquecer-se para fazer a caminhada escura dos dias cinzentos. No outono ainda teremos um ou outro dia de luz a doirar as copas nuas das árvores. No inverno os galhos se parecem mortos em luto cinzento carregado. No outono ainda não está frio e porque será que já penso no frio de inverno? Deve ser para ter tempo para aquecer-me com o calor da indiferença.
Começou o outono e eu já antecipo tempos longínquos.
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