A Minha Sanzala

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19 de setembro de 2021

hoje deu-me para aqui

Não nego a existência de uma ideologia na minha linha de pensamento. Não sou quadrado, retângulo ou circulo, área fechada de pensamento. Tenho uma linha e adapto-me à realidade. Não, não sou anarquista no sentido de ser contra tudo e querer deitar tudo abaixo. Simplesmente sou a favor de muito menos leis, obrigatoriedade de as cumprir e cada um é responsável pelo seu não cumprimento. Não vou dizer se sou Marxista, Trotskista, Maoista, I à IV Internacional, da Igreja Social ou Social Democracia. Repito, tenho uma base ideológica que adapto à realidade e manifesto essa minha posição. Não tenho é que estar aqui a explicar-me, juntar-me ou afastar-me de partidos e pessoas que se candidatam. Voto em consciência e quase sempre a pensar, repito, quase sempre, só no mal menor, por falta de quem com clareza e inspiração. Não votar seria uma opção, porém não me revejo a dar a quem vota a minha posição de decidir por mim.
Hoje acordei a pensar em política. A vida activa da minha adolescência, a minha extremada posição de mudar o mundo nem que fosse partir para a revolução armada. A ingenuidade teve o seu tempo, o preço a pagar foi integralmente pago, hoje sou livre para pensar o que penso e assumir a responsabilidade dos meus actos, sem constrangimentos e sem ficar com a sensação de incompleta certeza de ter dito o que tinha que dizer.
Não quero para amanhã um mundo igual ao de hoje nem o quero a pensar do mesmo modo que eu. Não quero é que se dirija qualquer discussão para assuntos de menor importância, de semântica, e tudo o resto seja mais do mesmo.
Os políticos vivem à nossa custa, na base do nosso voto, mesmo que de tempos a tempos haja uma ou outra mudança, que tantas vezes é só pura semântica, pura mudança de nome ou cor. Os políticos de hoje, revendo e extrapolando o passado recente, serão os réus da corrupção de amanhã, porque o sistema político continua a legitimar a continuidade, a pseudo-liberdade de voto esvai-se em fumo após a inserção do voto na urna.
Claro que sou democrata e assim continuarei a ser. Mas continuo sem saber que parte dos meus impostos vão de facto a votos porque tenho em consciência que hoje a ideologia em vigor é a de ser eleito agora e depois logo se verá o que faço, uma vez que tudo está na mão de quem tem realmente o poder...




Sanzalando

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