Ouço lá fora o som da chuva que cai copiosamente. Aqui dentro ouço os meus silêncios. Contrastes.
Lá fora, imagino eu, não passa ninguém. Cá dentro, na minha memória passam multidões. Uns tens nome e outros tiveram. Uns tiveram existência, outros têm. Uns viveram, outros passaram por cá e levaram a vida que tiveram. As memórias, algumas ténues, outras carregadas de cor e garridas, pulam na minha imaginação como se estivessem em festa. É uma festa imaginar baseado na memória. Acho entrei no ciclo vicioso de imaginar memórias para ter memórias para imaginar.
Lá fora chove chuva que faz barulho. Cá dentro memorizam-se passados imaginados.
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