Faz muito tempo, no tempo em que eu andava de calções novos feitos com as calças velhas do tio ou avô em que ir na escola era um frete. Tem pouca gente que isso não é verdade, na verdadeira verdade da palavra. Mas hoje, passado tempo sobre esse tempo toda a gente está marcada por esse tempo. Depois, já de calções transformados em calças, em que os calções não era moda e fazia a gente querer ser mais crescido que esse tempo, além das aulas do dia a dia ainda tinha a noite dentro para marrar livros e apontamentos, principalmente em certas alturas do fim do ano escolar que não era ao mesmo tempo que o fim do ano propriamente dito. e aí a gente já sentia outra vontade, embora houvesse quem mantivesse a vontade de antigamente. Outros poucos também. A verdade era que ninguém gostava do puxão de orelhas público ou a caracterização analfabética perante uma plateia de compinchas concorrentes da época. Então nas épocas dos exames ou simples testes ou chamadas orais, se esquecia o sono e era noite dentro fazer o que não se tinha feito no mês anterior. Independentemente do professor era o livro a importância maior da noite que nos transformava de crianças em adolescentes arrependidas das cabulações mensais.
O professor, normalmente personagem brincada no recreio e nas tertúlias inter-testes, passava a ser o monstro que nos obrigava a saber as coisas da chamada cultura geral. O professor ensinava durante a aula e a gente esquecia no intervalo. Ciclo vicioso que se quebrava na véspera do teste ou exame. A gente nunca se lembrou que o professor não estava só a dar a aula, estava a ensinar cultura para a vida. Hoje me lembro tanto dos professores que até dá vontade de voltar atrás e lhes pedir desculpa das brincadeiras feitas nas salas de aula e reviver tudo de outra forma.
Tinha professores que nos obrigavam a ser do seu jeito embora a gente se esquecia que nos portávamos do nosso jeito e isso desequilibrava a paciência desse adulto que queria nos moldar.
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