A Minha Sanzala

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4 de novembro de 2006

Desnudo-me num Sábado

É esquisito que o teu nome sempre me soe a uma prece, uma invocação sagrada e solene, que contém em si um segredo místico viajando pelo tempo, como se trouxesse consigo o desejo implícito dessa maneira única como te moves no mundo, como te ouço quando te cantam, como me recontam o teu corpo, como que deixas o teu brilho fugir pelos meus olhos. É estranho que o teu nome sempre me soe a uma promessa e a um dom, como se bastasse pronunciá-lo para que a vida abra uma porta secreta, para que se insinue um milagre prestes a ser, eu assim em ti, simplesmente em teu nome.
Às vezes sinto-me como que na sala de espera da vida. À espera que algo de bom ou de mau aconteça, hesitante, contando os segundos para o tempo passar rápido.
Dias há em que me pergunto porque é que não me acontece nada de excitante. Dá-me vontade de mudar de vida, dar uma volta de 360º graus, mas falta-me a coragem para encarar o incerto da certeza que sei que encararei. Depois, depois tenho medo de acordar demasiado tarde e perceber que perdi todas as oportunidades de mudar o meu rumo, de construir o meu próprio destino.
Não será a vida assim, um conjunto de medos e hesitações irritantes que nos prendem como grilhetas, faltas de coragem para fazer aquilo que nos vem à cabeça e quebrar a rotina num arregaçar as mangas e dar um passo em frente e poder dizer que agora é hora de ser eu a escrever as linhas da minha biografia, de ser agora eu quem traça o meu caminho, que chegou agora a hora em que mevou encontrar a mim mesmo.Quero descobrir qual é a minha história e ser eu, e só eu, a decidir onde começa e onde acaba cada capítulo, cada linha e desvendar o meu final feliz, um dia mais tarde.
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Sanzalando

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