Quando o noivo assistiu, após anos de namoro, a uma primeira crise, deu com os calcanhares no rabo e até hoje ninguém mais lhe viu. Acho que lhe deu um foguete e, dizem, só parou na Lua e ainda não apanhou boleia de regresso. A futura sogra que lhes fazia sala, agora ex-futura sogra, gritava que ela na sua inconsciência conseguiu ouvir, que não a queria para mãe dos seus netos.
Mais uma vez o preconceito venceu o amor.
Ela voltou a ficar sozinha.
O seu irmão, ombro de outras eras, foi morar na última morada depois duma dose mais pura à que estava viciado.
Ei-la caída na depressão. Encontrava-se de novo no inferno.
Reergueu-se, laboriosamente foi-se reconstruindo.
A família lhe consumia os centavos, incluindo os últimos. As sanguessugas não cessaram até lhe tirarem a sanidade.
Momento de sorte por incrível que possa parecer. Acho mesmo que ela diz ter sido o único momento de felicidade de que tem memória. Eu acredito. Um psiquiatra, aconselhado por uma amiga de profissão, lhe trouxe para o mundo real e lhe apresentou um neurologista que lhe desactivou o foco epiléptico.
A vida passou a ser normal. E ela não podia dizer ao ombro, que lhe amparara na clandestinidade das outras eras, que se sentia feliz.
Mudou de cidade. Infelizmente não pode mudar de família. Mas a esqueceu.
Quer, carregada nos seus 43 anos, olhar triste, seguir o seu rumo.
Quis ser mãe, quis tornar o seu sonho realidade. Tentou a inseminação artificial. Por muito que lhe tenham garantido que era possível, até hoje não passa de um sonho. Um sonho que se vai desvanecendo como o fumo do seu cigarro.
Ela bem sabia porque não queria chorar quando nasceu.
Mais uma vez o preconceito venceu o amor.
Ela voltou a ficar sozinha.
O seu irmão, ombro de outras eras, foi morar na última morada depois duma dose mais pura à que estava viciado.
Ei-la caída na depressão. Encontrava-se de novo no inferno.
Reergueu-se, laboriosamente foi-se reconstruindo.
A família lhe consumia os centavos, incluindo os últimos. As sanguessugas não cessaram até lhe tirarem a sanidade.
Momento de sorte por incrível que possa parecer. Acho mesmo que ela diz ter sido o único momento de felicidade de que tem memória. Eu acredito. Um psiquiatra, aconselhado por uma amiga de profissão, lhe trouxe para o mundo real e lhe apresentou um neurologista que lhe desactivou o foco epiléptico.
A vida passou a ser normal. E ela não podia dizer ao ombro, que lhe amparara na clandestinidade das outras eras, que se sentia feliz.
Mudou de cidade. Infelizmente não pode mudar de família. Mas a esqueceu.
Quer, carregada nos seus 43 anos, olhar triste, seguir o seu rumo.
Quis ser mãe, quis tornar o seu sonho realidade. Tentou a inseminação artificial. Por muito que lhe tenham garantido que era possível, até hoje não passa de um sonho. Um sonho que se vai desvanecendo como o fumo do seu cigarro.
Ela bem sabia porque não queria chorar quando nasceu.
Sanzalando
Há algum tempo que não vinha à tua Sanzala, já tinha saudades...
ResponderEliminarAndei hoje, lendo para trás e parece-me que dia 28 de Outubro foi teu dia de aniversário, se assim foi recebe os Parabéns atrasados, mas, é o que se pode arranjar.
Depois li, há dias assim... Pois há, há mesmo...
Nesta tua história revejo-me em algumas partes: Mudou de cidade. Infelizmente não pode mudar de família.
Era o que eu queria, não mudar de cidade mas mudar de País...
Abraços.
Kalinka:
ResponderEliminarÉ sempre com alegria que eu recebo as minhas visitas... mas nada de ter saudades, vai aparecendo sempre.
Obrigado pelos parabens. Agora tenho os anos que me faltam.
Todos nós às vezes precisamos de mudanças
Um grande abraço