Hoje encontro-me num mar aberto. No meio de um oceano, sem água sem comida, naufragado num oceano azul obsceno. Já não tenho forças para me mover. Nem forças para falar. Hoje encontro-me moribundo. Um moribundo de mim. A fraqueza do corpo rouba a memória a um náufrago. Resta-me um desejo enorme de sobreviver. Sinto a madeira dos destroços da minha nau rasgarem-me a pele.
Eu assim, moribundamente furioso e, o mar no seu azul obsceno, ondula com tranquilidade.
Tudo parece girar em velocidade inconstante e indefinida que escapa aos meus olhos. Mesmo assim não tenho medo do futuro, ainda consigo trazer comigo uma boa dose de ingenuidade e optimismo.
Na verdade eu não tenho medo. Estou moribundamente furioso, mas comigo mesmo. Eu sei que não tenho medo de portas abertas nem das que estão fechadas. Muito receio tenho das que estão entreabertas. Aquelas que parece que se esqueceram de abrir ou não se lembraram de fechar. E aqui, no meio deste meu naufrágio não tenho portas. Porque haveria de ter medo então? Sei que na pornografia desta ondulação serena há de aparecer uma onda que me arrastará a uma praia onde, estendido ma areia, apanharei um bom banho de sol, ao abrir os olhos verei coqueiros carregados, vegetação luxuriante, fontes eternas.
Eu assim, moribundamente furioso e, o mar no seu azul obsceno, ondula com tranquilidade.
Tudo parece girar em velocidade inconstante e indefinida que escapa aos meus olhos. Mesmo assim não tenho medo do futuro, ainda consigo trazer comigo uma boa dose de ingenuidade e optimismo.
Na verdade eu não tenho medo. Estou moribundamente furioso, mas comigo mesmo. Eu sei que não tenho medo de portas abertas nem das que estão fechadas. Muito receio tenho das que estão entreabertas. Aquelas que parece que se esqueceram de abrir ou não se lembraram de fechar. E aqui, no meio deste meu naufrágio não tenho portas. Porque haveria de ter medo então? Sei que na pornografia desta ondulação serena há de aparecer uma onda que me arrastará a uma praia onde, estendido ma areia, apanharei um bom banho de sol, ao abrir os olhos verei coqueiros carregados, vegetação luxuriante, fontes eternas.
Na verdade vou fazer mais como então?
Sanzalando
Entre o desejo de sobreviver, a dose de ingenuidade e de optimismo e a falta de portas abertas, fechadas e as duvidosamente entreabertas e sem medos, apenas com alguns receios... em breve dás à costa numa praia quase tal e qual a dos teus sonhos.
ResponderEliminarI.
A curiosidade é uma das grandes energias do espírito, então, aquela praia das 7 ondas desengatilha qualquer calmaria.
ResponderEliminarUma força enorme, mesmo sobrenatural, involuntária, de que o mar é viva reprodução colectiva e assombrosa.
Eu sei, mermão, que assim é e assim será.
Abraço