"Fio": Estórias à beira-mar
carranca
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Uma estória verdadeira (40) Hoje, 22:10
Forum: Conversas de Café
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Uma estória verdadeira (40) Hoje, 22:10
Forum: Conversas de Café
Se encosta para fazer as últimas ligações para ver se se arranja a Internet lá para a teimosa não ficar muito chateada. Se anda em velocidade cruzeiro de 100 à hora que a estrada deixa e o trânsito também. Se decide que a primeira paragem vai ser no Miradouro da Lua. Aceitei. Sempre queria ver essa coisa que só conhecia de ver nas fotos e postais e muitos me tinham dito que era crime se eu não lhe conhecesse. Imbondeiros, club de golf, autódromo, outros imbondeiros, tudo vai ficando para trás na velocidade estonteante do Tico. Os olhos não param de olhar. Às vezes a máquina de registo também dispara para mais tarde recordar. Ups. Estava ali um buraco que não deu para desviar, barulho seco se ouviu mas nada aconteceu. Mas estrada estava tão apetitosa que o pé direito ficou num repente assim como que pesado. Chegou-se ao Miradouro da Lua. Fantástico. Divino. E o Zulmarinho ali em baixo que deve ser bué fixe parece que está a chamar por mim e eu sem tempo de lhe dar importância. Memorizo. Tudo fica registado. É vídeo, é fotografia, é cérebro e se mais alguma maneira houvesse eu usava. Tudo serve mesmo para marcar aquele encontro. Eu e o meu mundo. O mundo da Lua. Secretária agora virou cafeeira e prepara o café das 8.00 horas. Mais uns quantos telefonemas, alguns em inglês, para resolver o dito referido problema do satélite. Coisa demais para a minha cabeça que está ocupada a registar tudo e ainda me ia meter no espaço à procura de ligação e viajar tipo e-mail? É mesmo melhor ficar só a admirar esta fantástica paisagem que fica aqui debaixo mesmo dos meus pés. Vais ver ainda começo a acreditar nesse de Arquitecto que construiu essas coisas aqui todas e as que os meus olhos ainda hão de ver mais lá para a frente. Bebo café e filmo. Hora de seguir rumo a sul. Cem metros andados e encontramos camioneta sem uma roda e moço deitado a descansar lá por baixo. Lhe falámos e ficámos a saber que faz três dias ali está à espera de peça vem de Luanda que fica ali mesmo ao pé. Vais ver Lua não tem peça e vai ser importada. Repartimos nosso pequeno-almoço e seguimos, seguindo a seta do GPS que dizia Porto Amboim é para sul. A estrada caté num está mal. Cambas me haviam pintado uma coisa e me estava a sair outra coisa que por sinal de sinal mais que positivo. Vamos fazer isto tudo num pulinho até Benguela, disse eu, certo que estava a dizer o óbvio.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Conterra, tou-te a ver a vires para o sul... vê bem com que costela vais escrever, vê lá se revelas a tua tendência pela Mapunda yá? quem avisa , amiga é...sabes bem que moçamedense não leva desaforos para casa !
ResponderEliminarDeixei já o meu aviso.
Bué de saudade
Abraço
Armanda
Guida, mais uma vez obrigado pelas simpaticas palavras e pelo muito estímulo que me transmite.
ResponderEliminarQuerida Armanda, tu me conheces, tu sabes eu sou incapaz de esconder o que vai na alma. Inda num escrevinhei nada para baixo do Rio Kuanza. Quando chegar nessa altura vamos mesmo ver como vai sair. Além da verdade só mesmo a subjectividade de quem sentiu um carinho enorme, quiçá (bonito né?) desmerecido. Tou com bué saudades. Num há ainda palavra inventada para quantificar essa quantidade. Olha, fiquemos por hectares.
Beijos