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24 de janeiro de 2006

Uma estória verdadeira(45)



"Fio": Estórias à beira-mar

carranca
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Uma estória verdadeira (45) Hoje, 20:56
Forum: Conversas de Café
Se vamos deitar. Com tanta massagem o corpo precisa mesmo é de estar deitado. Manhã cedo é hora de um banho e levantar âncora, combinado está que no regresso se passa aqui outra vez. Mais uma noite de pouca noite.Às 6.00 horas já estamos de abalada outra vez. Desta vez vamos comer um bocado de pó do Land Rover vermelho que vai na nossa frente. Cavirosso vai fazer parte do caminho mesmo connosco. Ele tem o kombu dele lá para aqueles lados virados mais para sul. Diz são só 160 daqui. Assim como que num repente se pára na bomba de gasolina. Alguém se esqueceu qualquer coisa lá na casa pelo que tem de voltar para trás. Mas ainda estamos só a andar faz 5 minutos pelo que não tem maka. Fico ali naquela madrugada a olhar. Simplesmente admirar o movimento de carros e motas mais que muitas. Elas são táxis, carros de duas rodas carregadas de mercadorias. A cidade está acordada mesmo naquela hora da madrugada. Seguimos rumos para a Baía Azul. Só mar e mato. Kimbos vimos vários e a problemática escolar lá está. Escolas a dar com um pau. Aposta vai ser ganha. Eu vi eu acredito. No desvio da Baía Azul desviamos na esquerda. Não estamos interessados em ir na praia. A gente quer mesmo é chegar no Sul. Lá vamos na nossa praia. Feito o desvio se acabou a estrada que eu pensava ia ser assim até ao fim do destino. Já estou a ver que previsões também estou proibido de fazer. Não me deixam cantar e agora eu me engano a mim mesmo com as estradas. Mas os buracos são poucos, comparados com o que já passámos. Outro engano. Mais lá para a frente eu vou ver o quanto estou enganado. Lá seguimos na cauda da poeira. Primeira paragem foi mesmo no Dombo Grande, depois de passar uma estreita ponte que tem como que parque de estacionamento em cada lado. Já sei, escusas de explicar que como só cabe um carro de cada vez e como ela é comprida mais a menos a meio um encosta e lá segue a vida. Acertei? Bué gente passa nessa ponta parece é camioneta carregada na cabeça. Me disseram que é terra natal de um camba que havia de conhecer mais tarde lá em Luanda. Desconhecia por completo essa terra que deve ter sido vila ou coisa assim. Fábrica de açúcar ficou só em esqueleto. Vais ver açúcar já não é rentável. Que percebo eu dessa problemática industrial? Zero completo. Me contaram um pouco da história dessa terra. Entrei na feira. Vi desmanchar uma vaca que podia ter sido boi. Se vende ali mesmo, onde se vê que lhe estão a partir aos bocados. Se vende de tudo. Fruta fresca, verdes e vermelhas. Roupa de marca e roupa desmarcada. Tem que nem loja de centro comercial. Ar livre e sombra das árvores a proteger do sol que começa a querer aquecer a mioleira de quem esqueceu o boné dentro do irrepreensível Tico. Nos disseram que era hora de retomar a estrada, ou mesmo melhor, o caminho. Porque a estrada é assim mais ou menos como estrada e paralelamente à estrada. Fazemos viagem alternando. Assim não tem a monotonia de adormecer ao volante. Não é que a gente deixasse mas…às vezes as coisas podem acontecer. Assim, nesse intervalar não tem a mínima hipótese disso acontecer. E lá vamos nós a dizer estrada boa porque conseguimos andar a 50 km/h e assim num ápice se vê pedras a querer dizer, faxavor sair e passar ao lado. A gente faz. 10 horas da manhã, assim mais ou menos porque não andei de cronómetro a ver tudo certinho, é hora de dizer adeus porque Cavirosso vai virar na direita e a gente segue em frente, que é como quem diz, vai mais para sul
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

2 comentários:

  1. Nada como uma viajem desta para se apreciar o que a natureza tem de bom, e a nossa terra de caricato.
    Ver talheiro cortar boi que é vaca, um bom solinho, mais uns buraquinhos... que prazer meu irmão.
    Quando voltamos lá?
    tiJorge

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  2. TiJorge
    Por mim era já amanhã. Com uma equipe daquelas, acrescida da menina da net, e reencontrar a gente que a gente encontrou...era mesmo já amanhã de manhã.

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