"Fio": Estórias à beira-mar
carranca
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Uma estória verdadeira (44) Hoje, 18:56
Forum: Conversas de Café
Se segue para Catumbela. Revejo parada a refinaria do Cassequele. O seu hospital ainda que funciona, mas não deu para perguntar nada porque foi mesmo só ver da estrada. O rumo estava traçado e o desejo de chegar estava a correr nas veias em vez do sangue. Estação ferroviária da Catumbela. Ponte com sinal vermelho. Ponte que quando se passa para lá, não se passa para cá e vice-versa. Ao seu lado conduta de água segue impávida e vertendo. Ponte nova na entrada de Benguela. Soube depois que era uma nova geração de ponte que a outra tinha caído no dia da inauguração. Coisas de algum bolso sem fundo. Se faz passagem rápida na Praia Morena. Eu queria gravar o pôr-do-sol lá. Azar que ele não esperou por mim e foi-se deitar antes de eu chegar. Lhe xinguei mas sem muita convicção, porque a gente não tinha marcado audiência com ele como ele ia adivinhar? Mais um telefonema e fomos ter na casa do Coelho. Cavirosso para os amigos. Ele e os seus dois metros e muitos quilos. Abraço fraterno. Amigos de muitos tempos de sunguilar. Nem ele sabia como eu era nem ele sabia como era eu. Mas a gente boa a gente distingue só nas trocas de palavras escritas. Muitas estrelas eu tinha que usar para qualificar esta gente que me recebeu em Benguela. Família inteira de simpatia e camaradagem que eu nem sei como posso usar as letras para qualificar. Ai Lolita! Só digo mesmo que ficaram registados no meu coração. Uma birra geladinha para comemorar o nosso conhecimento. Um mimo. Professora simpática fez o jantar com ajuda da filha. Filho mais novo montou o portátil para se escrever duas ou três linhas numa carta dirigida a ninguém em especial. Se jantou e se foi dar uma volta pela Benguela nocturna. Ainda não tinha visto nenhuma cidade com tanta motorizada como esta. Me disseram que amanhã de manhã eu ia ver então como era. Até elas são táxi. Mas numa esplanada estava a dar o Benfica sei lá mais com quem. Todos ali eram Benfica e saíram felizes porque hoje tinham ganho. Coisas. Fui ver o Cabo Submarino. Casa de Ferro e Madeira. Obra de muitos anos em cima. Deu tempo para ver o carro que era para ser do Marta e fabricado pelo seu amigo, aí cabeça que agora não tá a querer funcionar para me dizer o nome. Está mesmo aqui debaixo da língua e num é que não quer sair? Se está a pensar, me dizem, em reconstruir todo para ser carro do Autódromo. Me lembrei mesmo agora, o carro é o Marta-Real, quem lhe estava a fabricar era o Corte Real Pereira, esse mesmo aquele que morreu lá na curva do Lubango onde que estou à espera de passar. Falámos no Areias. Não vimos o Herculano, o senhor Herculano. Visitamos a seguir os geradores que dão luz nas ruas iluminadas de Benguela. Se fizeram críticas. Se falaram coisas boas e más. Se visitou a Clínica que quase que era para ser mas não foi. E eu bebia as palavras daquele herói que fazia o favor de ser o meu cicerone na cidade das acácias. Praia Morena e seu porta-aviões de cimento feito ali está a marcar o tempo e dizer que quem manda é ele, mesmo que nunca na vida tenha feito alguma coisa de forma duradoura. E as motas não param. Todas as ruas têm as suas motos. Jovem adolescente deve estar a galar garina pois faz cavalinhos e outras tropelias. Lhes chamo mentalmente maluco. Defeito de profissão, esquecendo que esse tempo eu também lhe tive, noutra cidade e outras desreponsabilidades. Benguela à noite. Igreja secular. Hotel que parece que é novo mas que já foi, continua a sua função. Catedral, igreja assim como que parecida com a do Sumbe porém com a característica que não tem parede a fazer a pirâmide nem vitral. Está só simplesmente bonita Uma obra de arte mesmo para um leigo como que nem eu. Avenidas largas. Casa Branca fica ali. Ali é a SISTEC. Mas essa está mesmo em todo o lado? Parece mesmo que sim. Mais uma birra, para aguentar a noite que continua a ser pequena porque está marcada a madrugada de partir mais para sul. Vais ver ainda me vou estragar de ver tantas madrugadas seguidas.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Conterra, fui na MINHA terra que às vezes e por simpatia, deixamos ser tua tbm para poderes ter zulmarinho e horizonte, mas temperaram água com muita pedra de gelo!!Tipo te ajudar a gelar as birras!! Então fizémos que nem as tuas outras conterras e apanhamos banho só mesmo de areia + sol. Daí que tou a te escrever sentindo-me lagosta (diferente de tomate ou pimentão como as tais)...
ResponderEliminarNão levei a máquina (de novo!!) para te mostrar do que somos capazes na nossa terra. Tas a ver a praia das barreiras que vcs lhe batizaram de praia das escadinhas, né? Yá, conseguimos de pôr carro na mesa do bar das escadinhas!! Desceu sózinho (diz o motorista) e ficou já no bar à espera da continuação das cucas.Como vão tirar? (tás a pensar né?) isso não sei mas acredita que na nossa terra vão conseguir.Grua ou sem grua vai ter q sair dizem os conterras de lá...
O Morro Maluco continua a ser o nosso fiel companheiro na ida e na vinda... senti nele a vossa companhia...
Abraço
Armanda
Em cada gesto, em cada palavra eu sinto-vos.
ResponderEliminarDeixa lá conterra que carro tamb´+em queria ir lagostar-se na areia das 'escadinhas' que serão sempre as Barreiras.
Máquina SISTEC não tem? Falha grave mesmo.