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25 de janeiro de 2006

Uma estória verdadeira(46)



"Fio": Estórias à beira-mar

carranca
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Uma estória verdadeira (46) Hoje, 19:32
Forum: Conversas de Café
Um pneu queimado e uma pequena placa indicam que virando à direita se vai para a Equimina. Não, hoje a gente não te acompanha lá porque a gente quer mesmo é ir no sul e se tu dizes que esta estrada parece autoestrada ao pé da que a gente vai apanhar, é mesmo melhor seguir em frente e depois na volta a gente vê-se. Promessa feita mas sem saber se ia ser cumprida ou não. Tas a ver a agenda que já desde o primeiro dia se foi esticando que se não fosse de plástico já tinha partido faz tempo. Um grande abraço de amigo mesmo, muitos agradecimentos de todas as partes, água no radiador do vermelho Land Rover que estava a aquecer e não era só do calor, e lá fui um para a direita e outro seguiu em frente. O super dotado Tico seguiu o seu destino ao sul, fazendo o favor de me levar nele numa aventura até ao momento dita de inesquecível. Passamos mais um terra verde na margem esquerda de um rio que estava seco, rio do tempo da chuva. Mas que coisa de não ter uma placa para mais tarde recordar. Se começa a subir e se vê que a terra não é um kimbo, é mesmo uma kimbão, que devia ou é importante que até tem uma pista alcatroada para aterrar um avião desses pequenos. Subida lixada de subir, não só porque é terra batida e tem buracos mas porque a subida tem percentagem de dar e vender. Esta nunca lhe cheirou alcatrão. Essa foi só máquinas para endireitar e escavar a serra para a fazer. De lá de cima se vê que é um vale importante e que tem hortas. Nome é que ninguém sabe dizer e não parámos para perguntar, mesmo se o tivéssemos feito, para variar, eu não escrevia no papel e continuaria a andar aos papéis para lhe dizer o nome. O dono do Tico diz que agora é que vai começar a viagem. Lhe acreditámos e esperámos andar de montanha russa. Mas que nada, a estrada continuava aqui e ali a ser de boa qualidade. Bem, também não é assim, mas quem pensava que ia andar de picada que nem de mosquito isto que até é bom. Mais um rio seco. Na margem direita um esqueleto de casa de cimento que ao que parece foi loja no muito antigamente mas que agora não era mais que só esqueleto. Na margem esquerda duas ou três casas de capim a mostrar que eram provisórias. E eram de pastores que estavam a aproveitar o capim fresco e verde das margens para alimentar os bois. Quatro pessoas eu contei ali. pertinho de uma carcaça de camioneta.
Olá. Olá e boa viagem foi a resposta.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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