"Fio": Estórias à beira-mar
carranca
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Uma estória verdadeira (49) Hoje, 18:17
Forum: Conversas de Café
Eu explico. Nesse cruzamento que mais não é que um ponto em que tem que se decidir se se vira na esquerda ou na direita. Eu votei na esquerda que é para não ser difícil ter de escolher, tal é o hábito. Ou outro decidiu que era melhor prá direita por ser mais seguro. A outra se manteve calada porque para ela era mesmo igual, o GPS dela não dava para tanto, nesse assunto estava às escuras. Mas escusas de estar a pensar que a dúvida chamada dilema era por causa de política que aqui isso não tem encontro marcado nem por marcar. O dilema foi mesmo pelo que te passarei a explicar tão direito eu saiba, assim de modos a que tu entendas a coisa tal e qual ela se passou.
De Benguela até aqui, umas centenas de quilómetros andados, ou será mesmo melhor se dizer umas centenas de quilómetros salteados? o gasóleo se foi gastando e como não tem área de serviço, com gasolina, gasóleo, ar comprimido ou em pastilhas, assim num virar de esquina, tão só mesmo porque não tem esquina, já que a viagem é sempre em frente, o raio do ponteiro do depósito do dito cujo combustível estava a dizer que ele caminhava a passos rápidos para o seco. Se o ponteiro falasse ele gritaria de secura. E até eu sei que depósito seco quer dizer que o Tico não anda. Havia uma reserva numa vasilha, ou coisa lá como é que se diz em inglês, de 20 litros, que estava na referida muito lá para trás sogra. Portanto se entrou no dilema de virar na esquerda e se seguir para o destino que era o Lubango, parar no Caraculo e se a bomba de gasolina estivesse aberta se atestava o dito cujo, e se estivesse fechada se metia a reserva e se andava com o que eu pensava que ia dar para chegar, ou então se virava para o Namibe, se andava os 45 quilómetros e se atestava e se voltava para trás e se seguia então para o Lubango. Sim, porque o destino era mesmo o Lubango porque no dia a seguir eu tinha de estar onde que foi mesmo enterrada a minha placenta, como manda a tradição que eu acabei de introduzir na minha família. Se queres ser feliz tens mesmo que uma vez passar o dia dos teus anos onde está a tua placenta. Se eu ouvi isto noutra boca e estou aqui a plagiar eu sei que não me vão levar a mal. É plágio por boa causa. Guardei para mais tarde o voltar a beber a primeira água que bebi.Aí, o Ti, que é o dono do Tico e lhe conhece melhor que eu e mais uma série de gente que está neste momento a querer dar já o seu palpite, decidiu mesmo que o melhor era virar na direita, fazer o Giraul seguir até ao Namibe, abastecer e voltar para trás. Quem cala consente e eu me calei e lá seguimos. Olha, deu para ver a ponte iluminada com as luzes que foram carregadas durante o dia pelos raios de sol que aqueceram a viagem da gente e ainda deu para carregar as baterias das referidas. Lhes contei e só três estavam a fazer como que greve porque não estavam acesas, vais ver se fundiram de todo e ainda não lhes viram para as virem mudar. Passámos nas hortas, vi a Quipola, atravessámos o Bero, que estava vazio, já que a Lua fazia o favor de nos mostrar alguma pouca coisa. Logo entrámos na cidade e vimos uma estação de serviço toda nova e toda moderna, mesmo como as que tem na Europa e noutros lados que aqui também tem, pensam o quê?! Pois é, temos gasolina, temos ar comprimido, mas gasóleo mesmo é que não temos. Foi logo o que ouvimos mal parámos à frente da referida bomba. Bem que estávamos a estranhar ver a da gasolina com bué gente e aquela parecia estava mesmo só à espera de nós. Armado em grande cicerone, como se nunca dali tivesse saído, mostrei onde é que ficava a outra bomba de combustível. Mesmo ao lado dos Bombeiros, onde antes era uma da Sacor
De Benguela até aqui, umas centenas de quilómetros andados, ou será mesmo melhor se dizer umas centenas de quilómetros salteados? o gasóleo se foi gastando e como não tem área de serviço, com gasolina, gasóleo, ar comprimido ou em pastilhas, assim num virar de esquina, tão só mesmo porque não tem esquina, já que a viagem é sempre em frente, o raio do ponteiro do depósito do dito cujo combustível estava a dizer que ele caminhava a passos rápidos para o seco. Se o ponteiro falasse ele gritaria de secura. E até eu sei que depósito seco quer dizer que o Tico não anda. Havia uma reserva numa vasilha, ou coisa lá como é que se diz em inglês, de 20 litros, que estava na referida muito lá para trás sogra. Portanto se entrou no dilema de virar na esquerda e se seguir para o destino que era o Lubango, parar no Caraculo e se a bomba de gasolina estivesse aberta se atestava o dito cujo, e se estivesse fechada se metia a reserva e se andava com o que eu pensava que ia dar para chegar, ou então se virava para o Namibe, se andava os 45 quilómetros e se atestava e se voltava para trás e se seguia então para o Lubango. Sim, porque o destino era mesmo o Lubango porque no dia a seguir eu tinha de estar onde que foi mesmo enterrada a minha placenta, como manda a tradição que eu acabei de introduzir na minha família. Se queres ser feliz tens mesmo que uma vez passar o dia dos teus anos onde está a tua placenta. Se eu ouvi isto noutra boca e estou aqui a plagiar eu sei que não me vão levar a mal. É plágio por boa causa. Guardei para mais tarde o voltar a beber a primeira água que bebi.Aí, o Ti, que é o dono do Tico e lhe conhece melhor que eu e mais uma série de gente que está neste momento a querer dar já o seu palpite, decidiu mesmo que o melhor era virar na direita, fazer o Giraul seguir até ao Namibe, abastecer e voltar para trás. Quem cala consente e eu me calei e lá seguimos. Olha, deu para ver a ponte iluminada com as luzes que foram carregadas durante o dia pelos raios de sol que aqueceram a viagem da gente e ainda deu para carregar as baterias das referidas. Lhes contei e só três estavam a fazer como que greve porque não estavam acesas, vais ver se fundiram de todo e ainda não lhes viram para as virem mudar. Passámos nas hortas, vi a Quipola, atravessámos o Bero, que estava vazio, já que a Lua fazia o favor de nos mostrar alguma pouca coisa. Logo entrámos na cidade e vimos uma estação de serviço toda nova e toda moderna, mesmo como as que tem na Europa e noutros lados que aqui também tem, pensam o quê?! Pois é, temos gasolina, temos ar comprimido, mas gasóleo mesmo é que não temos. Foi logo o que ouvimos mal parámos à frente da referida bomba. Bem que estávamos a estranhar ver a da gasolina com bué gente e aquela parecia estava mesmo só à espera de nós. Armado em grande cicerone, como se nunca dali tivesse saído, mostrei onde é que ficava a outra bomba de combustível. Mesmo ao lado dos Bombeiros, onde antes era uma da Sacor
Passou um fim de semana. Tempo de retemperar forças, rever amigos,
sentir o pulsar do mundo no mundo real. Dizer coisas doces, abraçar corpos
amigos, saltar e pular na imensidão da areia que se deixa beijar por este
zulmarinho que trás o seu perfume desde lá do início dele. Aqui estou, sentado
na areia a vos contar as minhas estórias, ouvir as vossas estórias, embalar-me
nos vossos mimos. Obrigado, fim de semana, onde alguém levou falta de
comparência.
Carlos Carranca
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