Alguém lhe perguntou por onde tinha andado neste tempo todo. Ele levantou um olhar de sonhador e com uma expressão de satisfação ameaçou um sorriso, mas não respondeu.
Que ia responder ele?
Que desde que saiu para ir comprar cigarros havia vivido todos os dias como se fosse o ultimo? Que tinha conhecido todos os bares, tabernas e botequins, boates e casas de alterne do país? Que fumou, cheirou e se injectou com tudo o que pôde? Que arranjou uma meretriz que o sustentou todo este tempo que esteve fora?
Não. Não valia a pena.
Pediu perdão, dizendo que tinha perdido a cabeça, começado a beber e corrigindo o dia anterior com uma outra bebedeira sempre maior que a anterior, pelo que se perdeu no mundo.
A mulher desconfiou daquela saudosa expressão de prazer, daquele silêncio enigmático. Sabia como ele era, conhecia a sua maneira de se encantar num à toa que até dava dó. Bobo como era, coitado, sabia que certamente se tinha engraçado com um decote, um bom par de pernas, um sorriso ou um olhar feminino. Mas lhe perdoou, como sempre lhe tinha perdoado as coisas mais pequenas que Jacinto já tinha feito antes.
Logo a vida voltou ao normal.
Com a vida normalizada e cheia de regra de nove horas e coisas que tal engordou novamente, ficou de cara corada, depois de arranjar emprego voltou a trabalhar, curou-se da tosse e até parou de fumar dum dia para outro.
Estava já tudo tão normal que a mulher já o atazanava pelas contas atrasadas que tinham para pagar, pela olhadela que ele dava para a mini saia da vizinha, pelos cambaleamenros no sofá da sala, pelo seu novo gosto de lavar o carro aos sábados e pelo futebol que assistia na televisão a todas as horas do dia, era só dar.
A vida tinha voltado ao normal naquela casa de um bairro periférico.
Até que numa noite, Jacinto apalpou o bolso vazio da camisa e resolveu voltar a fumar.
E sabes como é? Um vício puxa outro, que puxa a outro, outro e outro... Saiu para comprar cigarros e não voltou mais.
Sanzalando
Que ia responder ele?
Que desde que saiu para ir comprar cigarros havia vivido todos os dias como se fosse o ultimo? Que tinha conhecido todos os bares, tabernas e botequins, boates e casas de alterne do país? Que fumou, cheirou e se injectou com tudo o que pôde? Que arranjou uma meretriz que o sustentou todo este tempo que esteve fora?
Não. Não valia a pena.
Pediu perdão, dizendo que tinha perdido a cabeça, começado a beber e corrigindo o dia anterior com uma outra bebedeira sempre maior que a anterior, pelo que se perdeu no mundo.
A mulher desconfiou daquela saudosa expressão de prazer, daquele silêncio enigmático. Sabia como ele era, conhecia a sua maneira de se encantar num à toa que até dava dó. Bobo como era, coitado, sabia que certamente se tinha engraçado com um decote, um bom par de pernas, um sorriso ou um olhar feminino. Mas lhe perdoou, como sempre lhe tinha perdoado as coisas mais pequenas que Jacinto já tinha feito antes.
Logo a vida voltou ao normal.
Com a vida normalizada e cheia de regra de nove horas e coisas que tal engordou novamente, ficou de cara corada, depois de arranjar emprego voltou a trabalhar, curou-se da tosse e até parou de fumar dum dia para outro.
Estava já tudo tão normal que a mulher já o atazanava pelas contas atrasadas que tinham para pagar, pela olhadela que ele dava para a mini saia da vizinha, pelos cambaleamenros no sofá da sala, pelo seu novo gosto de lavar o carro aos sábados e pelo futebol que assistia na televisão a todas as horas do dia, era só dar.
A vida tinha voltado ao normal naquela casa de um bairro periférico.
Até que numa noite, Jacinto apalpou o bolso vazio da camisa e resolveu voltar a fumar.
E sabes como é? Um vício puxa outro, que puxa a outro, outro e outro... Saiu para comprar cigarros e não voltou mais.
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