A Minha Sanzala

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4 de setembro de 2006

Intimidades (5)

Sentar-me nesta poltrona tem alguma coisa de oculto que me faz transladar para outros mundos de sonho e imaginação. Outros desejos ardentes, outros calores.
Se ela me pudesse escutar, se eu lhe pudesse tocar sei que seria outro eu que estaria aqui a falar contigo. Mesmo que fosse só com um olhar que eu lhe pudesse acariciar, seria, estou-te a dizer com sentimento, um super-homem carregado de felicidade.
Se por acaso quisesse falar-lhe esta noite, lhe falaria inteiramente, lhe afogaria nas recordações de um reencontro de dois objectos que deveriam ser indissociáveis. Tu sabes que eu e ela seremos sempre um só corpo, porque a nossa alma está assim como que colada.
Se por acaso lhe pudesse viver para sempre, estarias agora a ouvir uma voz límpida, carregada de alegria.
Sei que não é fácil estares a ouvir-me falar assim, mas a verdade tem de ser verdadeira e essa é a minha verdade. Tu sabes, mesmo que às vezes finjas não a aceitar.
Tu sabes que nunca houve uma despedida ente nós. Houve apenas um intervalo que um dia vai ter um final feliz como nas fotonovelas da Corin Telado.
Tu sabes que entre mim e ela, mesmo que ela não saiba ou nunca tenha percebido, existe amor carregado, amor cego.
Tu sabes que odeio a minha maneira vulnerável de ser, sabes que não gostaria de ter que esconder-me atrás de uma fachada como actor de um teatro menor.
Qualquer minuto que eu pudesse passar nela, seria um recuperar de anos de vida perdida na nostalgia da existência ao lado da vida.
Tu sabes!
Sanzalando

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