A angustia é tão grande dentro de mim, cruzam-se imagens dos momentos familiares na minha cabeça que parecem filmes a preto e branco a lhe serem projectados e que se destroem em cada segundo que passa.
Dentro desta tanta confusão na qual divaga a minha cabeça que parece sair em altavoz o grito do Chefe da Estação:
- Partidaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
Lentamente ele se punha em marcha, fumegando branco por todos os lados num ruído monstro de força e tremor.
Hoje fecham-se as portas, um solavanco ligeiro e lá está ele silenciosamente em marcha.
Sinto que a carga não é tanta como era antes, mas é a do meu coração que voa carregado na saudade dos tempos de criança.
A paisagem mudou. Vou gradeado por bairros periféricos, vou cercado por fios de arame, já não tenho a planície que eu não via na minha janela que só me reflectia. Já não consigo viajar fora do comboio a ver-me viajar.
Viajo sozinho no meio de tanta gente. Viajo triste no meio de tanta tristeza, porque já não vou conseguir viajar com destino para, viajo só com destino a.
- Não te ponhas tão triste, não olhes para o caminho que deixaste, olha para o verde da vida. Dá-me um sorriso – me diz uma senhora que me olha fixamente e que eu nunca lhe tinha visto. Lhe respondo com um sorriso, não só sem sentido como triste.
- É que…
- Não há é que. Nada é para sempre. Não o é o bem ou o mal. Só há que pôr um sorriso e desfrutar as coisas boas que se podem.
Ainda sinto falta da trouxa do farnel.
A senhora tem razão, penso eu. Nada é para sempre, nem o farnel o era. Sempre o posso recordar, a forma e o sabor. Por mais problemas que tenha o seu filme não se apaga da minha memória e sempre que viajar de comboio o poderei recordar. Basta-me viajar afinal.
Dentro desta tanta confusão na qual divaga a minha cabeça que parece sair em altavoz o grito do Chefe da Estação:
- Partidaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
Lentamente ele se punha em marcha, fumegando branco por todos os lados num ruído monstro de força e tremor.
Hoje fecham-se as portas, um solavanco ligeiro e lá está ele silenciosamente em marcha.
Sinto que a carga não é tanta como era antes, mas é a do meu coração que voa carregado na saudade dos tempos de criança.
A paisagem mudou. Vou gradeado por bairros periféricos, vou cercado por fios de arame, já não tenho a planície que eu não via na minha janela que só me reflectia. Já não consigo viajar fora do comboio a ver-me viajar.
Viajo sozinho no meio de tanta gente. Viajo triste no meio de tanta tristeza, porque já não vou conseguir viajar com destino para, viajo só com destino a.
- Não te ponhas tão triste, não olhes para o caminho que deixaste, olha para o verde da vida. Dá-me um sorriso – me diz uma senhora que me olha fixamente e que eu nunca lhe tinha visto. Lhe respondo com um sorriso, não só sem sentido como triste.
- É que…
- Não há é que. Nada é para sempre. Não o é o bem ou o mal. Só há que pôr um sorriso e desfrutar as coisas boas que se podem.
Ainda sinto falta da trouxa do farnel.
A senhora tem razão, penso eu. Nada é para sempre, nem o farnel o era. Sempre o posso recordar, a forma e o sabor. Por mais problemas que tenha o seu filme não se apaga da minha memória e sempre que viajar de comboio o poderei recordar. Basta-me viajar afinal.
Sanzalando
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