Justino, homem sério e trabalhador, carregado nos seus 65 anos resolvera falecer porque o coração parou assim de um momento para o outro, no autocarro que lhe trazia para o emprego todas as manhãs e que ao fim do dia lhe retornava a casa. Não foi solavanco a mais, não foi discussão. Olhava na janela para ver a rua de todos os dias e assim parou de lhe correr sangue no corpo. 40 anos a fazer a viagem todos os dias, sem uma reclamação, sem ninguém lhe ouvir a voz senão quando dava os bons dias aos que entravam ou saiam daquele autocarro que ele conhecia como o seu autocarro. E agora ele estava a dar um trabalho danado na companhia, porque o seu corpo jazia sentado na sua cadeira no meio da sua viagem que terminou ali, mais cedo que habitualmente. Autocarro esvaziado assim no meio da viagem à espera das autoridades. Na verdade ninguém protestava. Afinal todos conheciam, pelo menos de vista Justino, e sabiam que não era homem de fazer aquela confusão de propósito só para contrariar alguém. Se lhes ouviam só elogios, pois ali era da família dos que faziam a viagem diária.
- Já alguém avisou a família? perguntou um mais habituado nestas coisas de mortes e falecimentos.
Mas quem conhecia ali Justino senão de o ver todos os dias dentro daquele seu autocarro, àquela hora?
As autoridades ficam de tratar disso depois de fazerem o levantamento do corpo e o levarem lá para onde ele tem de ir, disse um outro alguém.
Assim, 40 anos depois, Justino vai faltar ao trabalho porque não acabou a viagem no seu autocarro, eles vão notar alguma coisa de estranho e vão entrar em contacto com a família e logo se vai descobrir que ele morreu, disse logo o motorista que tinha tantos anos daquela viagem como tinha Justino, não conseguindo disfarçar uma lágrima a lhe escorrer na cara enrugada.
- Já alguém avisou a família? perguntou um mais habituado nestas coisas de mortes e falecimentos.
Mas quem conhecia ali Justino senão de o ver todos os dias dentro daquele seu autocarro, àquela hora?
As autoridades ficam de tratar disso depois de fazerem o levantamento do corpo e o levarem lá para onde ele tem de ir, disse um outro alguém.
Assim, 40 anos depois, Justino vai faltar ao trabalho porque não acabou a viagem no seu autocarro, eles vão notar alguma coisa de estranho e vão entrar em contacto com a família e logo se vai descobrir que ele morreu, disse logo o motorista que tinha tantos anos daquela viagem como tinha Justino, não conseguindo disfarçar uma lágrima a lhe escorrer na cara enrugada.
Sanzalando
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