Faz vento dum qualquer ponto cardeal ou papal ou sem credo nenhum. Me enerva, apenas este vento. Me transtorna por vezes. Se calhar é da lua, também! Me irrito e comigo mesmo grito na procura das palavras que transformem o meu pensamento nalguma coisa perceptível. Pela verdade e não mais que a verdade eu sei que o tempo não pode ser detido, preso ou recuado. Quer eu queira quer não, o tempo passa, como passam as palavras que falo. Tudo é perdido excepto as que ficam na memória. Me fecho entre paredes de palavras abrigado do tempo que o tempo passa e as leva, solitário, sem estrada e sem pontes, por onde caminho. Palavras, me disseram, leva-as o vento, palavras digo escrevo sentimento que o vento mas tira sabendo mesmo que eu não desisto em nenhum momento.
Faz vento no zulmarinho e eu abrigado num muro de palavras me transtorno em mudo calado pelo silêncio silvado do vento.
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