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16 de junho de 2013

um dia tem dia

Por aqui, soprado pelo vento, preguiçosamente empurrado por ele, protestantemente contra ele por fazer-me mover quando hoje seria dia de descanso. Eu grito que é só um dia. Um diazinho! mas lá vou eu levado pelo vento. 
Eu que não me surpreendo com coisas inimagináveis, excepto usar palavras caras de domingo, ao domingo, não sou um gajo frágil nem medroso de coisas ou pessoas, de palavras ou reacções, mas sim das brechas que se abrem nas velhas amizades, nos instantes surpreendentes dum silêncio que devia ser de ouro, me torno fraco na impaciência do deixa que tem de ser, no  detestável enigma do deixa andar.
Eu me movo soprado pelo vento, direito ao sul, para um lugar do pensamento onde não haja trevas para chorar nem cercas para saltar. 
Levado pelo vento me torno cheio de vazio, me escureço de luz apagada e com todas as letras digo que hoje é dia da preguiça. Chiça!



Sanzalando

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