Me sentei a olhar o zulmarinho. As nuvens me escondem o céu azul e lhe dão um tom que de marinho parece não tem nada. Vais ver são os meus olhos se cansaram de ver coisas bonitas.
Me sentei e matuto em coisas bestiais e outras bestas que são até de chorar. Mas não solto nenhuma lágrima, pois não quero que as outras pensem eu tenho a torneira aberta e queiram ver a liberdade também. Mas as coisas bestiais sobressaem. Eu conheço quem diz estas palavras e sei que lhas vai buscar na imaginação e qualquer coincidência com a realidade é isso mesmo: coincidência! Se ele fosse que nem as palavras que aqui debita parece está a falar comigo, eu acho ele estaria enloucado num isolamento fatal. Mas lhe conheço e ele ri, às vezes chora, mas é um raramente tão grande que até dizem tem mau feitio. Lá isso é verdade, não é redondo nem trinca espinhas, tem feitio dele mesmo, meio marreco de não saber andar direitinho que nem vassoura nas costas lhe vale. Tem mau feitio porque devia ter barriga grande, camisa garrida, cabelo tratado nos melhores tratamentos, falar só quando acha é necessário, mas ele não, fala só porque sim e coisas e tais. Isto sou eu a falar que conheço bem o autor destas palavras ditas com voz de falar na rádio parece é trabalho.
Me sentei a olhar o zulmarinho e perguntei-me, coisa besta, porque as pessoas que lhe ouvem pensam ele está a falar que nem para elas? Ele fala comigo que eu sou grande amigo dele assim desde infância que começou no nascimento dele. Ele fala assim porque lhe apetece dizer o que as pessoas estão com vontade de falar e desconseguem. Ele fala assim porque sempre ele falou assim, dizer coisas à vontade sem tema, direcção ou sentido.
Me sentei a olhar o zulmarinho e fiquei a lhe escutar as palavras que ele fala tantas vezes que eu já nem sei mais o que é que ele falou antes.
Me sentei e expliquei porque ele hoje não apeteceu falar.
Sanzalando
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