Tantas ondas a esbranquiçar este zulmarinho de sabor a mar. Eu aqui sentado sem ousar meter-me nele e nadar para sul, sempre sul até um norte destino e entregar-me como nunca me entreguei, gastar-me como nunca pensei, sentir o frio tropical aquecer-me a alma como uma queimada ardendo no estômago, encosta acima, deserto abaixo.
Queria gastar todo o amor que tenho, sorrir sem parar, gargalhar até. Queria ter uma explicação para estar aqui sentado a ver as ondas a esbranquiçar esse mar, mas não tenho.
Um dia me disseram que as nuvens não eram tufos de algodão e perdi a ilusão de um dia nadar em voo picado e aí chegar.
Queria tanto não ter medo e segurar-me num sonho e com ele voar céu acima por esse mar.
Queria tanto mas fico aqui sentado aparvalhado a olhar esse mar de zulmarinho.
Sanzalando
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