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29 de junho de 2013

um dia, qualquer dia

Sentei perto do zulmarinho. 
Doutro zulmarinho que não é este que me recebe todos os dias. Foi outro mesmo distante de faz tempo eu não me sentava ali a lhe olhar. Este não tem limite a tal linha do horizonte, este termina mesmo na outra margem. Foi aí que estive sentado a lhe olhar e lhe ver os peixes a nadar rentinho à lama duma maré vazia. 
Conversava porque não estava sozinho. Eu que estou habituado na distância me adaptei a estar pertinho e falar. Gaguejar se calhar. Soletrar palavras percebíveis dum faz tanto tempo não te falava e não te ouvia. Falámos e compreendemos e talvez um dia, outro qualquer, te faça sorrir e consiga ver o brilho nos teus olhos. 
Hoje, perto desse zulmarinho, ainda não consegui ver com olhos que não tenham memória. Um dia, qualquer dia, quem sabe...


Sanzalando

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