Cabelo ao vento, hoje mais brisa que vento, aqui vou eu bordejando o zulmarinho com olhar de quem
não olha para coisa nenhuma. Uns dirão é convencido, outros chamarão de distraído e outros de mania de intelectual da outra galáctica. Na verdade eu quero mesmo é não ver, nem o tempo a passar quanto mais distrair-me com coisas terrenas que me poderão fazer perigar a minha solidão.
Vou olhando para dentro de mim e perguntando se é igual amar ou ser amado e ouço uma voz que li num sítio qualquer, que é tão importante a asa esquerda como a direita. Afinal de contas eu não mostro nem metade de mim, nem um terço do que sou, não por vergonha ou timidez, mas apenas porque não vale a pena. E o cabelo esvoaça como se um tornado soprasse na minha direcção.
É mesmo melhor me abrigar na sombra da solidão e navegar no escuro da noite pelas trevas dos sonhos, dos trovões imaginários e dos relâmpagos recalcados.
Sopra vento que hoje é brisa.
Sanzalando
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