Estupidamente gelada. Não, não quero dessas aí de sabor a limão. Pura!
Anda, vem comigo neste oceano de ondas gigantes de areia. Vê as carochas todas viradas para o lado do mar. Sabes porque elas estão assim? Para apanharem a brisa nocturna que vem do mar e que lhes faz crescer uma bolha de água na capota que é água de um dia. São inteligentes elas.
Olha ali aquele lagarto castanho que parece que está a fazer equilíbrio, só em duas pernas. Estás a ver bem? Não é artista de circo. É para não queimar as patas nesta areia escaldante.
Posso pedir outra? Vá lá!
Pode haver paisagem mais bonita que esta?
O quiê? Uma cascata lá no norte? Uê? Tu tens aqui vista que nem a tua vista está capaz de ver. Vê bem o ondular geométrico anárquico destas ondas. Amanhã ficas aqui e a vista já não é a mesma.
Falar do deserto que dá mesmo uma sede.
Tás a ver ali um pardal? Esse não é deste filme, ele está aqui para ouvir eu te contar as estórias que não invento. Vês como aqui da esplanada dá para ver o mundo. Viajar ao preço da cerveja. E inda tás como a fazer ginástica de abrir e fechar os olhos e a treinar os teus neurónios na arte de pensar e imaginar, na pura arte de sonhar.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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