A Minha Sanzala

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24 de outubro de 2004

Um café na Esplanada

17-09-2004
Zulmarinho, estás tão sereno hoje! Nem a tua espuma vai acariciar a areia como só tu sabes acariciar, ficas assim como que preguiça marziada. Faz bem de vez em quando preguiçar.Bebo mais uma gelada e te vejo aí na tua quietude de menino que parece está a esconder alguma traquinice feita ou por fazer. Me deixa mesmo beber e pensar. Sabes que eu não te vou negar nunca, assim ficarei com palavras para poder te contar as coisas que tenho para contar quando este calor acabar. Nós os dois aqui no sereno do anoitecer vamos sussurrar estórias que eu vou te contar, não inventadas porque até os meus erros já estão descritos nos livros dos eruditos. Nem aí sou capaz de ser inventor.Zulmarinho tu deixas eu trazer amigos e amigas para te verem e te ouvirem nos silêncios? Tu sabes que nos silêncios sem palavras muito pode ser dito e desabafado. Não é preciso desesperança. Desabafo em amigo faz milagre. Tu sabes disso, não é Zulmarinho?Assim eu não te vou dizer o bilhete que me deixaram.
citação:
Não tenho mais palavras.Gastei-as a negar-te...(Só a negar-te eu pude combaterO terror de te verEm toda a parte.) Também me perguntam, às vezes, porquê tantas loiras. Sabes, Zulmarinho, tu sabes, que eu bebo mesmo para ter a goela lubrificada, para não enroucar os dedos de tantas palavras. Se são loiras, são porque dizem que as morenas dão energia e se eu ponho mais energia em mim eu não te vou deixar mesmo descançar assim como tu estás hoje. E depois quem vai ouvir as minhas estórias? Quem me vai levar no início deste teu mar?Sabes, zulmarinho, ainda estou na espera de uma fotografias de uma esplanada lá para os lados dos olhos em bico. Sim, me disseram que a 'paisagem' era tal que até os olhos ficaram assim como quadrados e tás a ver a quantidade que não deve ter sido de gente que ficou debaixo dos carros porque não lhes viu ou eles não lhes viram. Imagina só as 'bombas' que não devem ter sido...Zulmarinho, vê se consegues trazer as fotos para eu vislumbrar os 'monumentos'.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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