"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Umas Geladas e um café com azeite 26-09-2004 13:13
Forum: Conversas de Café
Mermãs Ilda e Bélinha, me deixem sentar aqui sossegadinho ao pé de vocês, assim como não quer a coisa. Me dixem ficar de frente para o zulmarinho e me com luz para eu ler. Hoje não vos vou chatear com falas de barato ou de mais caro que hoje é domingo e a garganta mesmo que lubrificada pelas geladas necessita de descansar. Não vem aí o cão sarnoso pedir a maçã azul que lhe não dou, só mesmo que não lhe conheço com essa côr. Me deixem mesmo ficar aqui a fazer rabiscos neste papel branco:Curiosidades da Idade Média- é impressionante nos dias de hoje quando visitamos o Palácio de Versailles em Paris ou outro qualquer mesmo em Sintra ou na Patagónia cá da Europa e observamos que os suntuosos palácios não têm salas de tomar banho. Quem passou por esta experiência ficou sabendo de coisas ca imaginação não pensou. Na Idade Média, não existiam pastas de dentes, muito menos escovas de dentes ou perfumes, desodorizantes e fatalidade fatal muito menos opapel higiênico, nem pensar... As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio...Quando paramos para pensar que todos já viram que nos filmes aparecem pessoas sendo abanadas, passam desapercebidos os motivos. Em países de clima temperado, a justificação não era o calor, mas sim o péssimo cheiro que as pessoas exalavam, assim como que uma volatização a sair do corpo, pois não tomavam banho, não escovavam os dentes e não usavam papel higiênico e muito menos faziam higieneíntima. Os nobres, eram os únicos que podiam ter súditos que os abanavam, para espalhar o mau cheiro que o corpo e suas bocas exalavam com o mau hálito, além de ser uma forma de espantar os insetos.Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles, o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava assim como que tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a ser exalados, as noivascarregavam buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar. Daí termos maio como o "mês das noivas" e a origem do buquê de noiva explicada.Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa...Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água datina já estava tão suja que era possível "perder" um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não jogue o bebê fora com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos...Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais - cães, gatos e outros, de pequeno porte, como ratos e besouros se aquecerem. Quando chovia, começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão. Assim, a nossa expressão "está chovendo pregos" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs" = está chovendo gatos e cães. Para não sujar as camas, inventaram uma espécie de cobertura, que se transformou no dossel.Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada (lembremo-nos que os hábitos higiênicos da época não eram lá grande coisa...). Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, como venenosos. Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo 'no chão' -numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho). Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estava morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou estava mesmo morto morrido. Daí, surgiu a vigília do caixão.A Inglaterra é um país pequeno e nem sempre houve espaço para enterrar todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados ao ossário e o túmulo era utilizado para outro infeliz. Às vezes, ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino. Após o enterro, alguém ficava devigia ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. E ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo".As coisas eruditas que haviam de ser escritas. Hoje é Domingo!
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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