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17 de setembro de 2005

Usando as garrafas...fazendo novo Zulmarinho - XI

Eu lamento muito. Já estou arrependido de não ter posto um chip para saber onde ela está agora. Se ao menos ela soubesse os pontos cardinais… será que ela tem sentido de orientação no enorme vazio de zulmarinho onde presumivelmente se encontra? Não é que conte ter algum retorno. Mas às vezes…
Já estou com saudades da angústia, sacrifício e ritualidade com que pus de mim naquela mensagem. Já estou com saudades de mim, da minha transparência, de desnudar o meu ego.
Eu juro que tentei escrever, pelo prazer de escrever. Queria escrever coisas que não fossem exactamente sobre a minha própria história de amor naufragado, mas ao fim de contas, o que eu queria escrever com sinceridade disfarçada de humor ácido, saiu uma mensagem melancólica, um arrependimento de amor. Olho para o espelho e vejo que só tenho andado em círculos. Embora eu beije outra boca neste exacto momento da minha vida, não me consigo livrar do passado. Tenho que admitir sou o primeiro a dizer que eu sou piegas, nostálgico e coisas que tal, depois dizer que não me estou a esforçar para me livrar dos sonhos que já foram sonhados. Tudo verdade.
Eu gostava mesmo era de saber onde pára a garrafa neste instante.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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