carranca
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Usando as garrafas...fazendo novo o Zulmarinho XIII Hoje, 18:48
Forum: Conversas de Café
Projecto na parede do pensamento os filmes que penso ter vivido.
Eu não cheguei a fazer a tatuagem que me tinha proposto fazer, tal como muitos outros fizeram nos anos mais idos. Muitos deles quiseram marcar no corpo uma vivência, uma passagem que não foi indelével. Eu cheguei a escolher o desenho e o lugar, mas não fiz, porque eu não gosto de coisas definitivas. Um símbolo e um ano. O símbolo era ela, bem definida e identificável, o ano era o ano que lhe conheci, que lhe tive. Bem visíveis no braço direito. Definitivamente ficavas-me ligada à carne, coisa que eu não gostaria que tivesse acontecido. Mas a verdade é que tudo está a ficar definitivo para mim e isso começa a preocupar-me em demasia. Concluo que afinal acabei tatuado por dentro, o que é definitivamente mais definitivo, é a mais dor dorida porquanto não há remédios à venda contra esse mal. A outra, com uma cirurgia lá me conseguiria ver livre dela, ficando uma cicatriz que, com o passar dos tempos, haveria a possibilidade de nem me lembrar do que era aquilo. Mas por dentro…? Agora não sei o que devo fazer mais. É melhor dar tempo ao tempo, esperar que garrafa cor de âmbar chegue a um seu destino, sem pressas, sem atropelos, siga apenas à velocidade da sua sorte.
Sanzalando em AngolaEu não cheguei a fazer a tatuagem que me tinha proposto fazer, tal como muitos outros fizeram nos anos mais idos. Muitos deles quiseram marcar no corpo uma vivência, uma passagem que não foi indelével. Eu cheguei a escolher o desenho e o lugar, mas não fiz, porque eu não gosto de coisas definitivas. Um símbolo e um ano. O símbolo era ela, bem definida e identificável, o ano era o ano que lhe conheci, que lhe tive. Bem visíveis no braço direito. Definitivamente ficavas-me ligada à carne, coisa que eu não gostaria que tivesse acontecido. Mas a verdade é que tudo está a ficar definitivo para mim e isso começa a preocupar-me em demasia. Concluo que afinal acabei tatuado por dentro, o que é definitivamente mais definitivo, é a mais dor dorida porquanto não há remédios à venda contra esse mal. A outra, com uma cirurgia lá me conseguiria ver livre dela, ficando uma cicatriz que, com o passar dos tempos, haveria a possibilidade de nem me lembrar do que era aquilo. Mas por dentro…? Agora não sei o que devo fazer mais. É melhor dar tempo ao tempo, esperar que garrafa cor de âmbar chegue a um seu destino, sem pressas, sem atropelos, siga apenas à velocidade da sua sorte.
Carlos Carranca
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