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25 de junho de 2006

Mar de Domingo


Faço desenhos na areia de mil cores. Sinto a maresia entrar no corpo e sinto que ela quer fazer parte de mim.
Tal como o amor, o mar obriga.
Tal como o amor, o mar engana.
Este final de zulmarinho também se podia chamar de Contemplado. É-me impossível evitar a sedução de o olhar, impossível de não lhe estabelecer analogias analógicas com lugares comuns, impossível esquecer os poemas lidos sobre ele, em que ele se transforma no símbolo da viagem interior. Hiperbólico e tirânico, tal como o amor e a morte, o zulmarinho exige que se escreva sobre ele. Ele reclama vítimas e naufrágios, se zangado arrasa tudo que lhe esteja na frente. Em troca ele nos dá verdades celestiais, liga povos, é o motor primitivo da existência.
Domingo, bebo uma birra gelada e olho-o como se lhe quisesse ver as entranhas, ver-lhe o início dele como se ele fosse um cabo de fibra óptica.
É Domingo e eu estou nele a pensar em ti.

Sanzalando

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