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22 de junho de 2006

Coisas do coração









fotos by M.
Dia 21 Jun 2006 - 15.30h - Os "Palanquinhas Negras"....a treinar na
Rainha Ginga, durante o jogo dos mais velhos, entre Angola/Irão...É
assim que o sonho pula e avança...Com uma bola colorida entre....
As fotos foram tiradas ontem em Luanda enquanto decorria o Jogo de futebol Angola-Irão, na Alemanha.
Caminho num vai e vem inconstante de incertezas e certezas quase absolutas.
Bebo birras para olear a garganta e ter uma voz que não doa, olho no zulmarinho para ter a certeza que a minha vista não se limita a uma área mais pequena que uma cabeça de fósforo. Falo contigo por saber que me ouves, ou fazes o favor de fazer companhia desinteressada e assim nós vamos correndo o mundo ao sabor da maresia.
Mas tem coisas que um coração não entende e depois ele fica a cobrar explicação. Ele deve estar a imaginar que a gente sabe tudo e para tudo a gente tem uma explicação. Mas espera aí, tem muitas vezes que a gente é guiado pelo coração, portanto ele tem de aguentar também parte da culpa.
Todos os dias espero encontrar o meu caminho e uma razão forte para me ter levantado da cama. A gente precisa de sonhos afinal das contas. Eles moram nos meio do nosso concorrido dia a dia. Eles não caiem do céu nem são dados pelas fadas. Eles são frestas dos nossos trabalhos inacabados.
Tas a ver a coisa de que às vezes a gente finge não ver os sonhos? Mas eles não evaporam como essas lágrimas do zulmarinho que te refrescam o corpo. Eles ficam assim na clandestinidade à espera do seu momento.
Eu estou aqui na conversa contigo, neste diálogo entre mim e eu, e estou a dar uma chance de realizar os meus sonhos, que se vão realizar lá no lugar deles. Sem centímetro a mais ou a menos. Quero dar oportunidades aos meus sonhos sem limites. Quero poder dizer-lhes que são bem-vindos. É preciso encontrar a magia nas palavras não pronunciadas e a leveza dos pensamentos guardados na cabeça.
Tas a ver que tudo são coisas do coração. O amor faz as coisas terem sentido e as coisas têm sentido por causa desse mesmo amor.
Tas a me acompanhar?
O amor, mesmo o incompreendido, faz sentido porque faz com que as letras não pronunciadas deixem de ser áridas e se tornem fecundamente coloridas num dia a dia a preto e branco.
O que vale, mermão é que a gente sobrevive.
Sanzalando

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