Olha para mim demolhado em suor e o zulmarinho ali calminho até parece me está a chamar. Acho mesmo ele adormeceu de calor. Me diz que o sono também precisa descansar e por isso ele está que nem lago. Se eu fosse distraído eu podia pensar ele é chão e desatar a caminhar por ele fora e chegar lá, mais cedo ou mais tarde a dar para o tarde que o calor aperta e não dá para ir a correr.
Sorri-lhe de olhar.
Parece ele perguntou porque estou assim.
Lhe disse apenas que era mesmo só por estar ao pé dele, mesmo demolhado de baixo desse sol que lhe ensona.
Um onda maior, 2 a 3 centímetros mal medidos, parece foi sorriso de agrado. Eu sorri e lhe disse que só ele me fazia sorrir.
Me respondeu com a minha alma a me dizer que o passado também faz sorrir, principalmente quando passou mesmo de realidade e papel assinado.
Quê?! disse eu na minha estridente voz de irritado subitamente. Minha alma agora dá conselhos? Eu dialogo com o Zulmarinho? Tem sol demais na moleira ou falta de sódio na corrente electrica dos meus vasos cerebrais.
Resolvi limpar o suor na água do zulmarinho de modo que as correntes o levassem para lá da linha e lhe dissessem, ao chegar lá, que tudo o mais que há em mim é uma falsa imitação dum projecto mal feito.
Aí ele parece se revoltou, me enrolou, esbracejei, embebedei com litros dele e dei comigo nos braços duma nadadora salvadora que por acaso estava ali de passagem. Me arrastou o peso de quase morto para a areia e me disse numa surdina que quase toda a praia deve ter ouvido... Não se olha o mar do cimo das falésias que elas podem desabar.
Foi nesse exacto momento que acordei, sacudi a areia e dei um mergulho para me refrescar.
Sanzalando
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