Hoje mesmo esteja como estiver eu vou entrar nesse zulmarinho e me lavar até na alma. Preciso me encontrar comigo, saber se tem porto seguro, se tem cais de amarração ou ficar só mesmo assim à deriva no zulmarinho do alto, lá perto onde a linha se afasta e fica na mesma distância que um dia se vai cansar de fugir eu lhe vou agarrar de unhas e dentes e com ventosas ainda me vão chamar é sanguessuga.
Oh, já estou a imaginar as pessoas que estão a ouvir a minha voz rouca de tanto falar a dizer que pouco faço. Não são aquelas que logo de entrada a gente está a dizer que não tem interesse. Essas são as piores mas a gente nem lhes liga para não ouvir um assim vai-te matar, mas que não tem grude nem força. São mesmo aquelas que a gente tem vontade de conhecer num assim mais aprofundadamente mas não sabe nem como começar. Aquelas que parecem escondem o meu mundo, não sabem a gente existe e a gente fica só de olhar a embalagem e fica sem saber se o conteúdo é mesmo aquele que o sonho criou.
Hoje tenho que entrar no zulmarinho e lavar até os pensamentos.
Oh, como me aproximar de quem te diz apenas um olá como se estivesse só a ser bem educada?
Não, não quero mais me rodear daquela gente chata, insuportável, vazia, que o aleatório pensamento é um esforço sentido até por quem está à volta.
Hoje entro no zulmarinho nem que as picaretas caiam do céu porque preciso abrir aquelas pessoas fechadas no seu mundo e trazer até no meu para ao menos eu saber tirar as minhas dúvidas.
Hoje entro no zulmarinho mesmo que tenha que me contrariar.
Sanzalando
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