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25 de julho de 2013

inflamável

De costas para o vento, que hoje apareceu não só para me despentear como também para ver se me baralha as ideias, sou picado pela areia fina que parece nasce num deserto , lá do outro lado da linha que me separa da imaginação e do sonho, como se estivesse a fazer acupunctura que nem chinês na China. Mas mesmo assim consigo estar de frente para o zulmarinho e deixar o meu pensamento nadar sobre as ondas dessincronizadas que se espraiam na areia que não levanta voo com este vento.
Desarrumado salto de ideia em pensamento, de sonho em acordos entre mim e eu como se estivesse aqui a gastar tempo que não faz falta.
Eu não sei receber elogios. Ponto final parágrafo e sem travessão que isso dá muito trabalho segurar com este vento que vem dum ponto cardeal ou papal, que vai dar ao mesmo, incomoda. Fico assim sem saber o que fazer, onde ponho as mãos, onde deito os olhos, troco as pernas numa bassula auto-infligida que nada tem a haver com automóveis ou afins e ainda tropeço num sorriso amarelo parece é frete. Acho que quem olhar para mim nesse exacto momento que me elogia deve pensar eu sou monstro de medo até no olhar. 
Mas isto é mesmo só porque o vento me pica nas costas e eu já não tenho nem doença nem antipatia, só mesmo timidez de grau insuflável e inflamável.


Sanzalando

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