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19 de julho de 2013

aqui

Peguei na minha pochete e lá fui direitinho ao zulmarinho olhar para lá da minha imaginação. É verdade, nascido e criado onde não sei, mas cresci e tenho direito a ter uma pochete, onde tenho para além da máquina das recordações, a caixa dos óculos de ver para dentro e um ou dois lenços de papel para secar as lágrimas que me possam salpicar. 
Aqui consigo ver mais longe, saber mais notícias e quem sabe um dia ouvir a tua voz. Mas eu sei que tu querias que eu fosse pássaro, (ou será que quem queria era eu?), para mais longe conseguir voar e mais perto de ti ficar. Mas eu nunca poderia voar porque aí acordaria dos meus sonhos e isso é coisa que eu ainda não quero, nem para reflectir, porque o meu reflexo és tu mesmamente tu.
Assim, aqui olhando o zulmarinho, me deixo fingir que sou assim, tal e qual tu pensas eu era, tal e qual pensas eu vou ser e tal e qual desajustei-me em fingir a rir.
Aqui, quando os braços não te conseguirem abraçar e os olhos não te conseguirem ver, afogarei a minha dor na mágoa azul do zulmarinho.

Sanzalando

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