Tem sol que queima ao mesmo tempo que venteia que me despenteia e não me deixa olhar direito o zulmarinho. Assim não tenho ideia de como ele está de quente ou gelado, de quantas braçadas eu aguentaria dar, de quantos metros eu me iria aproximar da linha que se afasta quando me aproximo. Mesmo melhor é prender o cabelo, amarrar este vazio como se não faltasse nada e não pensar que me falta um bocado de mim que perdi num dia qualquer lá para trás umas tantas vezes.
Tem sol e faz vento e aquilo que me aclama é o mesmo que me desassossega nesta vida de duração indeterminada.
Tem sol e faz vento e não me atiro no zulmarinho porque ainda poderia sair a voar que nem avião de papel, que a gente não sabe nunca onde vai parar.
Faz conta hoje não estive aqui, porque faz sol e faz vento.
Sanzalando
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