Olha-me só a deslizar pensamentos pela ladeira da vida abaixo. Como é bom patinar por ideias, sonhos e ilusões, dançar ao ritmo dos desejos e piruetiar por imaginações. É assim a vida dum pensador de bem com a vida. Às vezes, raramente, entenda-se, parece ser uma vida triste e cinzenta, um mergulho nas águas do desespero, no turbilhão do medo e no cansaço da existência. Pequenos momentos fugazes, que nos lembram que humanos somos. Outras vezes, a maioria diga-se, sorrimos porque gostamos de o fazer.
Agora, que não posso olhar o zulmarinho, que não consigo ligar-me ao outro lado da linha recta que é curva, encontrei o meu lugar favorito: onde não existe tempo. Onde posso estar a contar pequenos pedaços do tempo perdido, fragmentos de vida real, onde cada letra é só uma letra. Posso escrever poesia, prosa ou silêncios, porque o tempo não passa porque é inexistente.
Agora, entrado no mundo real, continuo sorrindo porque a noção do tempo foi ganha, a vida repensada e redesenhada, o esqueleto reerguido e o sorriso mantido na cara por gosto.
Olha-me só a deslizar por aí fora, recordando carros antigos, pessoas velhas no tempo de antanho que ficaram com a mesma idade, paradas na memória dum tempo que não passou. Como é bom ter tempo para dançar ideias.
Sanzalando
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