Hoje me sento na ponte velha, que eu conheci já era velhinha, já lhe faltavam tábuas e já se via o mar lá em baixo. Hoje vou ficar por aqui a olhar o Saco, olhar o horizonte e ver este zulmarinho que não é turquesa, nem celeste, é só da cor dele mesmo. É uma baia perfeita, um quase arco visto daqui redondo que nem uma roda de bicicleta que deram uma dentada num lado, que por acaso fica no lado de fora da baía.
Eu sei que não há duas baías iguais. Há grandes e mais pequenas, pronunciadas ou quase impercetíveis. Eu gosto da minha baía porque sinto nela uma paixão e porque me trás tantas recordações que eu posso dizer boas.
Eu sei que esta ponte já teve melhores dias, eu sei que eu mesmo já tive melhores dias. A gente vai fazer mais o quê ao tempo? Vivê-lo é o que nos resta. Esta ponte dá-me vida. A memória desta ponte é parte da minha vida.
É uma ponte de memória.
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