No outono deste lado de cá, a norte do norte da minha terra, sendo tempo de outono que eu ia dizer era cacimbo, mas assim estaria a imitar o tempo do sul a sul da minha terra, me apetecia diezr que precisava que o tempo tempo parasse. É que eu tenho coisas para resolver e não sei se terei tempo tempo para o fazer. Com o tempo assim nem parece que o tempo tempo passa veloz que nem gazela, voa que nem andorinha e se gasta que nem sola de sapato deste pobre caminhante.
No lado de cá, a norte do meu norte, ainda há coisas para fazer mesmo que eu passe o tempo tempo a olhar para o meu sul sul. Como eu vou conseguir tirar o meu passado de dentro de mim e caminhar num futuro que seja um bocado diferente, nem que seja no estado de ansiedade mesclado com saudade e nostalgia, borrifado com pós de adaptação?
Como é que eu vou descolar-me da terra onde ficou a minha placenta, cordão umbilical encavado na memória?
Neste silêncio outonal encho-me de pensamentos barulhentos. Como posso ter sossego neste tempo assim? Dêem-me tempo tempo para eu esquecer do tempo passado
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