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3 de novembro de 2021

saudade

Debaixo da sombra da saudade escrevo os nomes da minha infância, assim como se escreve amor no tronco duma arvore, uma tatuagem eterna prometendo um amor.
Por mais voltas que dê não consigo largar este sentimento, esta dor muda e sombria que alguém apelidou de saudade.
Tenho saudade dos tempos infantis. Da adolescência e seus amores, tantas vezes não correspondidos, são mais que muitas. Jovem adulto fui criando um nome que me foi crescendo sem me pesar nem me modificar  e sem apagar ou desbotar um pouco que seja essa dor garrida da saudade. Os cabelos se tornaram ralos e esbranquiçados e os caminhos todos me levam à saudade. 
Tenho saudade desde o primeiro dia que tenho memória. Tenho saudade do feito. Coração emaranhado nessa teia de saudade, garrida e sombria conforme os estados de alma. Tenho só assim essa coisa dentro de mim como quem tem sangue a lhe correr nas veias. 
Vou fazer mais como? Um poema ou um lamento? Acho vou só ficar a olhar para ela com saudade do tempo em que eu não a tinha.


Sanzalando

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