recomeça o futuro sem esquecer o passado

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21 de novembro de 2021

cidadezinha a minha

Se eu sonhasse um dia ia ser assim, eu sei que esse sonho era pesadelo. Eu aqui longe, desapegado das raízes, despregado do passado, perdido dentro de mim à procura de reconstruir-me. São décadas de reconstrução, anos de luta interna, sensações complexas em que uma vida se emaranha entre desejos, realidades e conquistas. Afinal de contas eu preciso do meu passado, eu, no fundo da minha alma, por mais que renuncie fico marcado pela ansiedade do era, do fui e do que vivi. 
Hoje o Bero deu vinho quando na minha memória ele só dava água castanha no mar proibindo idas a banhos.
Hoje as ruas são mares de gente em cores garridas de diálogos coloridos, quando na minha memória era gente silenciosa que mal pisava o chão na caminhada.
Hoje eu faço luto pelos dias que não vivi, que passei naquele cantinho sem ser visto ou notado.

Sanzalando

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