Corpo adormecido pela temperatura fria dum dezembro neste norte da minha existência. Pelo andar da carruagem um dia vou chegar ao polo norte e espero que seja sem dar por isso. Quando esse ponto chegar espero que tenhas lido alguma coisa que eu deixei pelo caminho, alguma frase bonita que eu tenha rabiscado numa caminhada, uma ideia útil para a vida que ainda possas ter para lá de mim.
Nestes caminhos em que alimento o meu ego, algumas vezes errando, outras corrigindo, falando de amor, amores e dissimulando desamores e outros dissabores, vou permanecendo cada vez mais eu, livremente escrevendo passos, saltos e corridas, tanto mentais como físicas.
Escrevo passos por que te quero, porque preciso de exorcizar fantasmas, medos e outros receios, recheando-me de sabedoria que misturo com lembranças sem necessidade de me afundar em pesadelos, depressões e outras infecções fatais.
Espero que um dias leias os meus caminhos como quem caminha por mim.
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