Neste caminhar para o inverno já deambulei por tantos caminhos que já nem sei o carreiro a seguir. Neste meu caos tem vezes nasce uma luz a me dizer onde ir. Hoje não me apetece ir por lado algum. Hoje fico mesmo só aqui a olhar as palavras que uma vez eu pensei e não sei onde arrumei. Quantas palavras eu terei perdido na adolescência e que agora me fazem falta? Quantos silêncios eu perdi e que agora eu devia usar? Eu sei o quanto me dói querer falar as coisas e não saírem as palavras só porque a cabeça se ligou no coração. Eu sei quantos silêncios eu não devia ter usado porque hoje eles me mostram as palavras que os substituía.
Neste caminhar para o inverno eu descubro que o princípio do outono é resguarda-me das dores, é treinar-me para os passos pouco práticos duma senilidade espectável que o inverno trás com o seu frio gelado.
Neste caminhar para o inverno vou-me resguardando das tempestades reais e ficcionadas.
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